Fabiana Buzzo / Agência Anhangüera
O empresário de Carapicuíba, na Grande São Paulo, Pedro Ivo Torres de Souza, 21 anos, seqüestrado na última sexta-feira, conseguiu fugir do cativeiro em que era mantido, na Rua Olivindo Fonseca, 142, na Vila Margarida, em Americana, após matar um dos bandidos e render outras duas pessoas. Souza se aproveitou do momento em que o chapa Robson da Silva Barbosa, 37 anos, dormiu para pegar um machado que havia escondido embaixo do colchão e atacar o seqüestrador que foi atingido por três golpes no pescoço e na cabeça. Pedro então pegou a arma que estava com Barbosa, um revólver calibre 38, e rendeu o dono da casa, Gamaliel Carlos Moraes, 41 anos, e a recepcionista Kaline Cantalli Boer, 21 anos, que estavam no cômodo ao lado consumindo crack. Outros dois acusados, um primo de Pedro, Nilson de Matos e o sobrinho dele, Alexandre de Matos, de 28 anos, apontados como os "cabeças" do grupo estão foragidos. A polícia prendeu ainda a mulher de Alexandre, a auxiliar de retorsão Rosivania Maria Sacarante, de 29 anos, acusada de participação no crime.
O empresário obrigou o casal a levá-lo até a delegacia. No caminho, o grupo cruzou com uma viatura da Guarda Municipal de Americana (Gama). "Os guardas avistaram no interior do veículo um indivíduo que estava gritando "estou seqüestrado" e efetuou a abordagem. Os três ocupantes do veículo desceram e a vítima disse que estava armado e contou sobre o seqüestro", disse o sub-inspetor da Gama, Charles. Os patrulheiros seguiram até a casa indicada, uma construção antiga de alvenaria e encontraram Barbosa morto em cima de um colchão. Segundo apurou a polícia, Barbosa prestava serviços esporádicos como chapa na transportadora do pai de Pedro, o também empresário Antônio Alves de Souza, 46 anos. O casal indicou a casa de Rosivania no bairro Campo Limpo. Os guardas foram até o local e encontraram em frente a residência uma mochila azul contendo uma espingarda calibre 24, de origem espanhola, desmontada. Pedro reconheceu a arma como aquela que foi usada para rendê-lo. Rosilvania confessou que esteve no cativeiro por duas vezes para entregar lanches que seriam servidos ao empresário.
Pedro foi seqüestrado por volta das 20h30 de sexta-feira na porta da transportadora. O empresário relatou à polícia que foi rendido por Nilson que estava armado e o colocou em um Gol cor chumbo, tapou os seus olhos e anunciou o seqüestro.
Nesse momento o pai de Pedro ligou em seu celular e o filho contou sobre o seqüestro e que o primo queria R$ 200 mil pelo resgate. O empresário foi levado para um canavial, em Santa Barbara d´Oeste onde passou a noite. No sábado pela manhã ele foi levado para a casa que serviria de cativeiro.
A família contou que os seqüestradores fizeram três ligações para negociar o valor do resgate. Na primeira, feita do celular de Pedro, a quadrilha informou apenas sobre o seqüestro. Pedro fez ainda uma outra ligação pedindo que o pai ficasse ao lado de sua mulher. No sábado, a quadrilha retornou a ligação e exigiu R$ 200 mil para libertação. "Eles disseram que queriam R$ 200 mil, mas que deixariam por R$ 100 mil. Procuramos a polícia e fomos orientados na negociação. No mesmo dia recebemos outra ligação e eles reduziram o valor do resgate para R$ 50 mil", contou o pai de Pedro. O resgate não chegou a ser pago. Ainda no sábado Pedro chegou a ligar para o pai para pedir que ficasse ao lado da mulher.
Moraes, Kaline e Rosivania foram presos em flagrante por extorsão mediante a seqüestro. A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana investiga o paradeiro dos outros dois acusados em um trabalho conjunto com a Setor Anti-Seqüestro de Carapicuíba. Segundo o delegado Claudiney Albino Xavier, ainda não é possível afirmar se a quadrilha esteve envolvida em outros seqüestros. "Só saberemos quando forem detidos os demais", disse.
Judiciário vai analisar caso
A conduta do empresário Pedro Ivo Torres de Souza, 21 anos, será submetida à análise do Poder judiciário. O empresário que foi seqüestrado na última sexta-feira matou um dos homens que o mantinha em cativeiro, rendeu outros dois e fugiu. O delegado seccional de Americana, Paulo Roberto Rodrigues Jodas, explicou que em tese Pedro não deve responder a processo porque teria agido em legítima defesa, mas o caso deve ser encaminhado para análise do Poder Judiciário.
"Na verdade ele cometeu uma conduta ilícita que não é punível. Em tese ele pode ter uma excludente de criminalidade. Mas todos os fatos delituosos são encaminhados judiciário e caberá ao juiz ou ao promotor analisar o fato", explicou.
O pai do empresário, Antônio Alves de Souza, contou que os seqüestradores reclamaram ao filho da demora para o pagamento do resgate e disseram que "com dinheiro ou sem dinheiro não daria para libertá-lo". Para o pai ação de Pedro que resultou na morte do chapa foi um ato de desespero. "Ele já estava sabendo que iria morrer. O rapaz deu uma vacilada e ele fez, mas não como todo mundo que isso pode dar certo", ponderou. (FB)
Família já desconfiava do primo, diz pai
"Foi a pior besteira que fiz na vida". Foi com essa frase que Antônio Alves de Souza, pai do empresário Pedro Ivo Torres de Souza, 21 anos, seqüestrado na última sexta-feira, resumiu o contato feito com o primo, Nilson de Matos, acusado de ser um dos "cabeças" do crime. Antônio disse que a família já desconfiava do primo que havia sido vistos por guardas da transportadora na noite de sexta-feira próximo ao muro da empresa.
Antônio contou que o primo cumpria pena em regime fechado na Penitenciária de Marília e que na saída do indulto de Natal foi visitá-lo e pediu emprego. "Ele falou que assim poderia ser transferido para Franco da Rocha e ficar no semi-aberto", contou. Ele contratou o primo para trabalhar com serviços de pintura e faxina de uma escola de futebol que é de propriedade do filho.
"Passado alguns dias estranhei que ele chegou muito cedo no trabalho, entrei em contato com o despachante que disse que ele não estava dormindo no presídio. Falei com ele e ele sumiu. Só apareceu há uns 20 dias com um carro", contou. De acordo com o empresário, Matos foi embora e retornou na semana passada. "Na sexta ele apareceu de novo. A gente já desconfiava que era ele. Temos câmeras de vídeo na empresa. O guarda viu que Nilson estava com outra pessoa encostado no muro", explicou.
O empresário obrigou o casal a levá-lo até a delegacia. No caminho, o grupo cruzou com uma viatura da Guarda Municipal de Americana (Gama). "Os guardas avistaram no interior do veículo um indivíduo que estava gritando "estou seqüestrado" e efetuou a abordagem. Os três ocupantes do veículo desceram e a vítima disse que estava armado e contou sobre o seqüestro", disse o sub-inspetor da Gama, Charles. Os patrulheiros seguiram até a casa indicada, uma construção antiga de alvenaria e encontraram Barbosa morto em cima de um colchão. Segundo apurou a polícia, Barbosa prestava serviços esporádicos como chapa na transportadora do pai de Pedro, o também empresário Antônio Alves de Souza, 46 anos. O casal indicou a casa de Rosivania no bairro Campo Limpo. Os guardas foram até o local e encontraram em frente a residência uma mochila azul contendo uma espingarda calibre 24, de origem espanhola, desmontada. Pedro reconheceu a arma como aquela que foi usada para rendê-lo. Rosilvania confessou que esteve no cativeiro por duas vezes para entregar lanches que seriam servidos ao empresário.
Pedro foi seqüestrado por volta das 20h30 de sexta-feira na porta da transportadora. O empresário relatou à polícia que foi rendido por Nilson que estava armado e o colocou em um Gol cor chumbo, tapou os seus olhos e anunciou o seqüestro.
Nesse momento o pai de Pedro ligou em seu celular e o filho contou sobre o seqüestro e que o primo queria R$ 200 mil pelo resgate. O empresário foi levado para um canavial, em Santa Barbara d´Oeste onde passou a noite. No sábado pela manhã ele foi levado para a casa que serviria de cativeiro.
A família contou que os seqüestradores fizeram três ligações para negociar o valor do resgate. Na primeira, feita do celular de Pedro, a quadrilha informou apenas sobre o seqüestro. Pedro fez ainda uma outra ligação pedindo que o pai ficasse ao lado de sua mulher. No sábado, a quadrilha retornou a ligação e exigiu R$ 200 mil para libertação. "Eles disseram que queriam R$ 200 mil, mas que deixariam por R$ 100 mil. Procuramos a polícia e fomos orientados na negociação. No mesmo dia recebemos outra ligação e eles reduziram o valor do resgate para R$ 50 mil", contou o pai de Pedro. O resgate não chegou a ser pago. Ainda no sábado Pedro chegou a ligar para o pai para pedir que ficasse ao lado da mulher.
Moraes, Kaline e Rosivania foram presos em flagrante por extorsão mediante a seqüestro. A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana investiga o paradeiro dos outros dois acusados em um trabalho conjunto com a Setor Anti-Seqüestro de Carapicuíba. Segundo o delegado Claudiney Albino Xavier, ainda não é possível afirmar se a quadrilha esteve envolvida em outros seqüestros. "Só saberemos quando forem detidos os demais", disse.
Judiciário vai analisar caso
A conduta do empresário Pedro Ivo Torres de Souza, 21 anos, será submetida à análise do Poder judiciário. O empresário que foi seqüestrado na última sexta-feira matou um dos homens que o mantinha em cativeiro, rendeu outros dois e fugiu. O delegado seccional de Americana, Paulo Roberto Rodrigues Jodas, explicou que em tese Pedro não deve responder a processo porque teria agido em legítima defesa, mas o caso deve ser encaminhado para análise do Poder Judiciário.
"Na verdade ele cometeu uma conduta ilícita que não é punível. Em tese ele pode ter uma excludente de criminalidade. Mas todos os fatos delituosos são encaminhados judiciário e caberá ao juiz ou ao promotor analisar o fato", explicou.
O pai do empresário, Antônio Alves de Souza, contou que os seqüestradores reclamaram ao filho da demora para o pagamento do resgate e disseram que "com dinheiro ou sem dinheiro não daria para libertá-lo". Para o pai ação de Pedro que resultou na morte do chapa foi um ato de desespero. "Ele já estava sabendo que iria morrer. O rapaz deu uma vacilada e ele fez, mas não como todo mundo que isso pode dar certo", ponderou. (FB)
Família já desconfiava do primo, diz pai
"Foi a pior besteira que fiz na vida". Foi com essa frase que Antônio Alves de Souza, pai do empresário Pedro Ivo Torres de Souza, 21 anos, seqüestrado na última sexta-feira, resumiu o contato feito com o primo, Nilson de Matos, acusado de ser um dos "cabeças" do crime. Antônio disse que a família já desconfiava do primo que havia sido vistos por guardas da transportadora na noite de sexta-feira próximo ao muro da empresa.
Antônio contou que o primo cumpria pena em regime fechado na Penitenciária de Marília e que na saída do indulto de Natal foi visitá-lo e pediu emprego. "Ele falou que assim poderia ser transferido para Franco da Rocha e ficar no semi-aberto", contou. Ele contratou o primo para trabalhar com serviços de pintura e faxina de uma escola de futebol que é de propriedade do filho.
"Passado alguns dias estranhei que ele chegou muito cedo no trabalho, entrei em contato com o despachante que disse que ele não estava dormindo no presídio. Falei com ele e ele sumiu. Só apareceu há uns 20 dias com um carro", contou. De acordo com o empresário, Matos foi embora e retornou na semana passada. "Na sexta ele apareceu de novo. A gente já desconfiava que era ele. Temos câmeras de vídeo na empresa. O guarda viu que Nilson estava com outra pessoa encostado no muro", explicou.
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