terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Watergate do tecnobrega

O Watergate do tecnobrega

DJ Leo, DJ David, a cidade de Belém e o estado do Pará contra a Banda Djavu. Conheça a verdadeira história por trás do maior estouro do tecnobrega no sul do país

Banda Ravelly

Rubi é uma pedra preciosa vermelha, uma variedade do mineral corindon (óxido de alumínio) cuja cor é causada principalmente pela presença de crômio. Rubi é uma das principais aparelhagens de Belém, criada nos anos 50 pelo Dj Orlando Santos e que hoje anima as festas de tecnobrega. Rubi, ou Extremeçe Rubi, como era originalmente chamada, é a música de trabalho do disco de estréia da Banda Ravelly. No decorrer deste ano, esta música causou intensos debates sobre o que é cover e o que é roubo, além de ser a responsável pela popularização do tecnobrega no sudeste.

Tudo começou em 2007, quando DJ Gilmar da Aparelhagem Rubi pediu que os DJs Leo e David compusem uma música nova para ser executada em suas festas. A cantora oficial da dupla era Viviane Batidão, mas como sua prima Vanda estava em dificuldades, separada do marido e com filho pra criar, pediu que a chamassem para a tarefa. Assim nasceu Rubi, no barraco da dupla de DJs, na periferia de Santa Isabel, interior do Pará, ao custo de R$ 200,00.
No intuiuto de ajudar a moça em dificuldades, mais e mais músicas foram sendo gravadas, como Meteoro, Maciota Light e Atração Pittbull e outras, que quando começaram a acontecer Belém, motivaram a criação da Banda Ravelly, nome inspirado no pseudônimo que Vanda usava desde o tempo em que era vocalista da banda de forró Caicó, em Fortaleza, com os DJs Leo e David mandando ver nas bases.

Com a banda emplacando e fazendo shows, a grana começou a entrar, Vanda reatou com seu marido Max Sandro que se encontrava exilado no Recife e contrataram Flávio para empresariá-los. Como em diversos casos já ocorridos no meio artístico em que o sucesso comercial atiça a ambição, começaram a ocorrer discussões com relação ao percentual de participação dos lucros entre as partes envolvidas e Max Sandro, devido ao fato de já ter aprendido a fazer as bases, achou por bem e conveniente dar um pé na bunda de Leo e David, justamente a dupla de compositores.

Paralelamente, a mais de dois mil quilômetros de distância, sem relação nenhuma com o fato e absolutamente do nada, as músicas começaram a fazer sucesso nos camelódromos do norte da Bahia. Dois empresários de Capim Grosso, Geanderson e Paulo Palcos, resolveram contratar a Banda Ravelly para uma série de shows. Ligaram para o Pará, acertaram tudo com Max Sandro e começaram a trabalhar na divulgação. Foi então que a famosa borboleta, que quando bate asas na Argentina causa tufões na China, deu as caras na história. O empresário Flávio pegou o chip do celular de Max Sandro, colocou em seu Nokia e passou a receber as ligações.

Banda Djavú

Em Senhor do Bonfim, a pouco mais de 100Km de Capim Grosso, os radialistas do programa Zueira Legal tiveram a mesma idéia, uma turnê da Banda Ravelly pela região, ligaram para o Pará e desta vez quem atendeu foi Paulo, que por um erro crasso de comunicação interna, não sabia que sua banda já tinha sido contratada para a tarefa e fechou negócio. Numa bela manhã, Paulo Palcos acorda e vê sua cidade entupidas de cartazes anunciando os shows que seriam promovidos, olha só! por seu concorrente.

Ao ligar para fazer a reclamação, recebe um tachativo "azar o seu, já fechamos com o Zueira Legal". Como Paulo Palcos é um cara meio, digamos assim, rude em suas maneiras de lidar com as intempéries da vida, resolveu sacanear os caras e montar uma banda que tocasse as mesmas músicas, do mesmo jeito e partir para a briga com a banda que lhe deu calote. Tudo foi feito à pressas. Chamou Nádila para os vocais, escalou Juninho Portugal, que não sabia tocar nem triângulo em forró de pé de serra como DJ de mentirinha e seu sócio Geanderson para os vocais. Uma dúzia de gostosas de Capim Grosso completaram a formação da maior falcatrua da história musical brasileira.

O que se sucedeu foi um duelo digno dos maiores enxadristas entre as duas bandas, que saíram em turnê paralelamente pelo sertão nordestino. O xeque mate, por parte da Djavu, começou a ser arquitetado quando Paulo Palcos começou a fazer uso de todo o seu talento para o Marketing Esquema Novo: a gravação de um DVD. Abrindo um show da Banda Calypso, fizeram a gravação em um evento que foi um fracasso absoluto, mas que serviu para confirmar que imagem é tudo. A filmagem foi tão as pressas que, no vídeo, pode-se ver bandeirosas marcas feitas com esparadrapo no palco, porque as dançarinas ainda não tinham aprendido a coreografia correta.

Habituado a negócios escusos, Paulo Palcos não encontrou nenhuma dificuldade em largar o "master" do DVD na mão do alto escalão do mercado pirateiro de São Paulo. Em pouquíssimo tempo, as músicas estouraram num dos maiores de fenômenos de sucesso em massa de nossa história recente. O problema é que em sua vingança contra a Banda Ravelly, Paulo Palcos e Geanderson passaram o rodo em Belém e gravaram as melhores músicas da cena local, sacaneando meio mundo de gente e se comportando como se fossem suas.

Naturalmente que o pessoal de Belém chiou, gritou, berrou, mas a distância geográfica que encarece as turnês os deixou em tremenda desvantagem e quando a própria banda Ravelly desceu para tocar em São Paulo, foi acusada de ser uma cópia da Djavu. Nas comunidades do Orkut as discussões logo começaram a pegar fogo e mais uma vez a quadrilha encabeçada por Paulo Palcos foi esperta. Criaram dezenas de fakes que jogavam gasolina na fogueira, uns criticando e outros detonando a Djavu, o que só fez aumentar a curiosidade das pessoas, aumentando exponencialmente a quantidade de downloads.

Banda De Javu

Que fique bem claro aqui que a questão nem é que eles tenham roubado as músicas, afinal no norte e nordeste, direitos autorais não costumam ser muito respeitados. A questão é o sucesso a qualquer preço, obtido a fórceps por meio de meios escusos. As falcatruagens de Paulo Palcos já estão se tornando conhecidas no meio. Para não perderem uma aparição na TV, deram um cano em um show em Sorocaba que levou a multidão a destruir palco, equipamento e camarins.

Outra coisa que Palcos costuma fazer é denegrir a imagem de bandas mais bem estruturadas que a dele, para a produção de eventos de apresentações coletivas, para que a sua Djavi não tenha concorrente de peso e se sai como a grande banda da festa. Trocar nomes de músicas nas legendas de seus DVDs para driblar o ECAD é outra técnica recorrente. A lista de delitos é enorme e não ficarei cansando o leitor com elas.

A cara de pau dos usurpadores é tão grande que, em entrevista a um telejornal local da Bahia, Juninho Portugal declarou que o que eles fizeram foi pegar o Melody de Belém e acrescentar um tempero baiano. Tempero baiano? Só se for o orifício circular corrugado, localizado na parte ínfero-lombar da região glútea de Vossa Exelência. No som em si, não há nada de diferente e se há, é a batida extremamente brocochô e repetitiva que soa como se viesse de um teclado furreba qualquer. Quem está habituado a escutar o Melody de Belém, se recusa a escutar este genérico degenerado.

Mas infelizmente o sucesso da Djavu foi fulminante. Até porque as músicas foram selecionadas a dedo e a Djavu se comportava como se fossem suas. Logicamente que os desavisados acharam a banda sensacional e os fãs se multiplicaram, os shows começaram a lotar e em pouquíssimo tempo estavam na mídia e ricos, podres de ricos. O faturamento mensal da banda gira em torno de R$ 3 milhões. Assim, passaram a agir legalmente comprando músicas em Belém, de gente que, devido a necessidade financeiras diversas, trairam a cena local entregando os cordeirinhos ao lobo, fazendo o monstro atingir proporções tais que uma vingança ficou aparentemente inviável.

Falei aparentemente porque ela veio, adicionando o elemento comédia a esta história policial e de onde menos se esperava. Ele, o pilantra do bem, o anarcocapitalista da música popular, futuro candidato a deputado federal pelo estado de Rondônia e que em um de seus DVDs se diz mais poderoso que Bin Laden e mais gostoso que Brad Pitt: DJ Maluco.

DJ Maluco (à frente)

Ele já tem há anos uma banda que faz algo semelhante a Djavu: vive de fazer cover, o Bonde do Forró, só que nunca escondeu ser uma cópia. Um dos vocalistas, por exemplo, é um clone melhorado do Bruno da dupla Bruno & Marroni. Como a especialidade do DJ Maluco são falcatruagens construtivas, o que sua banda faz é divulgar o forró no sul do país. O Bonde do Forró é um sucesso e até DVD gravado em Barretos eles tem.

E como diabos o DJ Maluco conseguiu vingar os paraenses? Criando o fake do fake, a cópia da cópia: a Banda De Javu do Brasil, acertando a grafia do termo francês e inserindo músicos de verdade. Mais rápido ainda do que os falsários baianos, deslocou a vocalista Anne Lis, do Bonde do Forró, com larga experiencia vocal e com um séquito de fãs já estabelecido, gravou sete músicas, mandou fabricar mais de 200 mil discos, criou site oficial, twitter, facebook, o diabo, assim como uma biografia falsa que dizia que o disco era o Volume 5 e mandou o release pra meio mundo de gente.

Quase todo mundo caiu na pegadinha e atualmente DJ Maluco está estufando ainda mais seu bolso de dinheiro, enquanto empresários diversos contratam sua banda para shows, comprando, no caso, lebre por gato. Isso porque a cópia da cópia ficou melhor que a cópia. O groove amazonense da música Rubi da De Javu do Brasil arrasa com aquele sonzinho fuleiro dos baianos. Acrescente-se que ele gravou uma versão de Beat It, de Michael Jackson, e deu uma de mestre, uma versão do hit Pocker Face de Lady Gaga, que de tecnobrega não tem nada, mas desce redondo nos ouvidos ainda não acostumados à batida de Belém no sul do país. Um Cavalo de Tróia, por assim dizer.

Segundo DJ Maluco, quando a Djavu perder o processo por plágio, afinal a cidade de Belém inteira é testemunha contra eles, a sua banda ficará como a original. Como essa história irá acabar é algo que nem Nostradamus seria capaz de conceber. Se isso acabar em morte, não ficarei surpreso, porque saiu no jornal local do Pará que Gabi Amarantos, vocalista da Banda Tecnoshow, foi ameaçada por telefone por ser uma das mais ferrenhas denunciantes do plágio. Inclusive essa novela ganhou agora outro ator peso pesado, a Rede Record. Como incluíram uma música da Djavu na novela Bela A Feia, simplesmente cortaram Gabi Amaranto quando, num programa recente, ela começou a fazer denúncias. Cabuloso isso tudo, muito cabuloso.

Gabi Amaranto

Rola até um boato muito forte de que Gugu Liberato é um dos sócios ocultos de Paulo Palcos. De um cidadão que tem falsos sequestradores em seu currículo, não seria de admirar que esse boato fosse real. De fato, fontes seguras afirmam que um diretor do alto escalão da Rede Record é sócio do esquema. Após inúmeras tentativas, consegui falar por telefone com o cidadão que, naturalmente, negou tudo. Aparentemente, ele atendeu o telefone pensando que eu queria contratar sua quadrilha para uma apresentação, pois ficou muito nervoso quando eu citei a questão do plágio e disparou uma avalanche de explicações e declarações que, posteriormente checadas, eram todas falsas. A única verdade que ele falou nos cinco minutos de ligação, foi seu nome de batismo, Marinho Silva Campos.

O mais revoltante nessa história toda é que Leo e David, os dois meninos humildes de Santa Isabel do Pará, continuam sem receber um centavo pelo mérito de serem autores de alguns dos maiores sucessos de 2009 e continuam morando no seu casebre que necessita de reforma urgente, pois cada vez que vem as tradicionais enchurradas amazonenses, tem uma parede lá que ameaça desabar. A Banda Ravelly, que praticamente negou tijolo quando a dupla de DJs foi pedir ajuda para a supracitada reforma, espero que tenha seu castigo com a publicação deste esforço de reportagem.

Quanto à Banda Djavú, muito provavelmente o nocaute, o dia que em que os meliantes beijarão a lona, virá no round em que os artistas paraenses em peso descerem para São Paulo. Quero só ver a Djavu ter que concorrer com nomes como AR-15, Viviane Batidão, Gangue do Eletro, Banda Elektra e a própria Ravelly e Tecno Show, que já estão com as malas prontas.

O Hermano Vianna sonhava em ver o tecnobrega ser descoberto primeiramente por um gringo, para depois aterrissar por aqui. Nosso intrépido antropólogo deve estar nesse momento "pre-té-ri-to" ao ver seu tesouro musical nas páginas policiais e nos tribunais. É Hermano, como vovó já dizia, a língua é o chicote da bunda.

por Timpin

Timoteo "Timpin" Pinto fala de ritmos populares de uma maneira sem preconceitos e com o respeito que eles merecem, tanto aqui quanto em seu blog.

Fonte MTV/Bis

http://mtv.uol.com.br/bis/blog/o-watergate-do-tecnobrega

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Universitárias do DF mostram que o uso de roupas curtas é normal

Universitárias do DF mostram que o uso de roupas curtas é normal

Para elas, hábito não justifica polêmicas como a da estudante paulista que sofreu agressões e ameaças dos colegas.
Pressionada pela repercussão do caso, Uniban readmite a aluna

Mirella D’Elia
Alana Rizzo
Mara Puljiz

Não pegou bem entre as universitárias brasilienses a iniciativa da Universidade Bandeirante (Uniban) de expulsar — e, depois da repercussão, voltar atrás — a estudante de turismo Geisy Arruda. Em 22 de outubro, ela foi humilhada, agredida e sofreu ameaças de violência por alunos. O motivo: ter ido à faculdade usando um vestido curto. O Correio percorreu quatro instituições de ensino da capital para mostrar que a combinação roupa curta e sala de aula é considerada normal pelas jovens e que não há regras de vestuário nas universidades definindo o que pode ser usado.

De short e camiseta, a estudante de moda Letícia Augier, 18 anos, foi uma das primeiras a criticar a atitude “hostil, machista e antiética” da universidade paulista. A jovem acredita que um homem sem camisa, por exemplo, não causaria tanta reação. “Ela não estava nua ou de biquíni. Estava ali para estudar e não explorando a própria imagem”, argumenta.

A advogada Jackelyne Palhares Borges de Lima, 25, também não vê problemas em usar roupa curta na faculdade. Apaixonada por vestidos e shorts, diz que nunca sofreu preconceito. “A questão é não ser vulgar”, acredita. “A roupa que a pessoa veste na faculdade depende do lugar para onde ela vai depois”, exemplifica. “A pessoa tem que ser ela mesma e se vestir como se sentir bem.”

Pós-graduanda em psicologia do Centro Universitário de Brasília (Ceub), Rejane Agapito, 27, avalia que as universidades deveriam ter normas claras sobre o que é ou não proibido. “Cada ambiente é um ambiente e a pessoa tem que ter bom senso. Não achei que o vestido dela estava tão curto, mas a reação dos outros vai muito de como a pessoa se porta”, avalia. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, nunca houve problemas relacionados às roupas dos estudantes. Também não há regras sobre o assunto.

Em São Paulo, durante mais de uma hora de entrevista, o vice-reitor da Uniban, Ellis Brown, não conseguiu explicar que atos teriam feito a universidade expulsar a aluna Geisy Arruda. Porém, admitiu que a repercussão na mídia interferiu na revogação da medida. “A decisão da mudança, em parte, foi provocada pela repercussão negativa do caso”, disse, negando que o conselho universitário tenha se precipitado ao expulsar a estudante. Para proibir a aluna de voltar a frequentar o curso, a Uniban informou em nota que a medida foi adotada após “flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade”.

Questionado sobre possíveis punições aos alunos envolvidos nas ofensas, Brown disse que não haverá. “Teríamos de perguntar se puniríamos 800 alunos. Isso não resolveria o problema social”, enfatiza. Sobre o dano à imagem da instituição, o vice-reitor disse que “aluno da Uniban não é Taleban”, dizendo que os estudantes começam a sofrer discriminação.

Advogado de Geisy, Nehemias Domingos de Melo defende que os estudantes que participaram sejam punidos. “Pedimos a abertura do inquérito e vamos esperar as autoridades identificarem essas pessoas.” Em notificação extrajudicial à Uniban, o advogado cobra segurança para que a jovem volte a estudar e conclua o semestre.

Gaveta
O Ministério da Educação (MEC) arquivou o pedido de explicações encaminhado à Uniban. A Secretaria de Educação Superior tinha dado 10 dias para que a instituição informasse os motivos da expulsão da jovem. Agora, a promessa do órgão é acompanhar o processo de reinserção da aluna. O recuo da universidade não vai interferir na investigação da Delegacia de Defesa da Mulher de São Bernardo (SP) nem no inquérito do Ministério Público de São Paulo e no procedimento do Procon-SP, que apura a conduta da Uniban.


DEBATE PÚBLICO
A Comissão de Educação da Câmara analisa hoje requerimento que propõe a realização de audiência pública para debater a polêmica envolvendo a estudante. A reunião está marcada para às 11h30, no plenário 10. O requerimento nº 284/2009 foi proposto pelos deputados Ivan Valente (PSOL/SP) e Angela Portela (PT/RR).

Site de relacionamento só aceita pessoas bonitas

'Já recebemos ameaça de morte', diz diretor do BeautifulPeople



Polêmico por aceitar apenas a inclusão de perfis de pessoas consideradas bonitas, o site de relacionamentos BeautifulPeople tem sido alvo de críticas e, inclusive, de ameaças.

"Já recebemos ameaças de morte e acusações de fascismo", diz o diretor-gerente do site, Greg Hodge, em entrevista concedida por e-mail ao Diário OnLine. "Nós recebemos milhares de cartas de queixas, principalmente de pessoas que não acreditam que seus perfis foram rejeitados."

Como resposta às reclamações, Hodge explica que o BeautifulPeople é uma democracia, ou seja, ninguém é obrigado a aderir ao serviço. "Trata-se simplesmente de uma opção disponível no mundo dos relacionamentos, a fim de ajudar pessoas bonitas a encontrarem amigos bonitos ou parceiros em potencial. O objetivo é facilitar essa busca."

Nesta terça-feira, o BeautifulPeople divulgou que, apenas nas duas últimas semanas, aproximadamente 1,8 milhão de pessoas não atraentes de 190 países tiveram suas tentativas de ingressar no site frustradas. Do número total de esperançosos, foram aceitos somente 360 mil novos membros.

O site conta agora com um número de integrantes superior a 540 mil no mundo inteiro, e até 4 milhões de visitantes exclusivos entram no site diariamente. "Apesar da considerável reação contra nós, os números não mentem: estamos atendendo uma demanda muito clara. O BeautifulPeople pode ser moralmente feio para nossos críticos, mas nosso sucesso crescente é uma verdade muito bonita", afirmou, em nota, o criador do site, Robert Hintze.

Para ser aceita no BeautifulPeople, a pessoa interessada deve se inscrever com uma foto e um breve perfil. Por 48 horas, os membros existentes do sexo oposto votam se ela deve ou não ser aceita no grupo. As opções são "Sim, certamente", "Hmm, sim, tudo bem", "Hmm, não, não exatamente" e "Não, Absolutamente NÃO". Segundo o site, atualmente 400 esperançosos fazem suas solicitações de inscrição por minuto durante os horários de pico de tráfego.

Segundo o diretor-gerente do site de encontros da ''elite'', a rejeição simplesmente faz parte da vida de muitas pessoas. Hodge frisa que, no entanto, muitos dos membros do site só conseguiram ingressar nele em sua segunda tentativa. "Nossa dica para quem foi rejeitado pela primeira vez é cuidar da aparência e se exercitar. Essas atitudes podem funcionar bem", afirma. "Se uma pessoa é rejeitada, ela pode ficar brava e ‘sair andando'' ou pode decidir que quer melhorar sua aparência e tentar de novo. Talvez a rejeição seja o estímulo que ela precisa para melhorar."

Perguntado se considera-se uma pessoa bonita, Hodge afirma que sim, apesar de tentar manter a modéstia. "O BeautifulPeople tem sido a minha vida nos últimos cinco últimos anos, desde que eu me tornei diretor-gerente. Tenho certeza que envelheci neste período, mas faço o meu melhor para me manter em forma e saudável para continuar entre os nossos membros", diz. "Eu casei com a mulher dos meus sonhos no ano passado e, enquanto ela continuar achando que eu estou bem, estarei feliz!"

Boa notícia para nós - Apesar de toda a polêmica que o site traz consigo, para os brasileiros ele traz também uma notícia animadora. Nós aparecemos em segundo lugar na lista dos países que têm mais usuários aceitos no BeautifulPeople. Quarenta e cinco por cento das requisições brasileiras, tanto de homens quanto de mulheres, são aceitas.

"A Suécia e o Brasil estão provando ser as nações esteticamente mais abençoadas no mundo", diz Hodge. "Já os homens e mulheres alemães não estão indo muito bem. Eles estão colocando imagens carrancudas, precisam suavizar. Os russos também, embora seja verdade que muitos são extremamente feios."

Segundo Hodge, a Inglaterra também está "vacilando", porque seus habitantes não dedicam muito tempo ao cuidado com a aparência. "Ao lado das belezas brasileira e escandinava, o povo britânico não é tão espirituoso ou glamuroso", afirma o diretor-gerente.
DGabc