sexta-feira, 7 de março de 2008

Paulinho da força processará jornais: "A Igreja Universal vai ser fichinha".

Paulinho da Força Sindical afirma que vai processar jornais
A Igreja Universal parece ter conquistado um novo fiel, pelo menos no quesito processos contra o jornal Folha de S.Paulo. A Folha Online informa que o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, disse que irá processar os jornais Folha de S.Paulo e O Globo em 20 Estados do país por causa da série de reportagens que os dois veículos publicaram sobre o repasse de verbas do Ministério do Trabalho para entidades ligadas à central, repetindo estratégia utilizada pela Igreja Universal do Reino de Deus.

"A Igreja Universal vai ser fichinha"

Segundo a Folha, Paulinho ainda teria dito que se o número de ações não for suficiente para que os jornais interrompam as reportagens sobre o repasse de dinheiro do Ministério do Trabalho, comandado por Carlos Lupi (PDT), para as entidades ligadas à Força, os sindicalistas irão ingressar de 1.000 a 2.000 ações em todo o país: "A Igreja Universal vai ser fichinha".

A decisão foi anunciada em reunião da Executiva Nacional do PDT com o ministro Carlos Lupi e confirmada à Folha pelo próprio deputado: "Estamos fazendo apenas 20 ações contra a Folha e O Globo. Liguei para vários jornalistas para explicar que a Força não tem convênio com o Ministério do Trabalho e outros ministérios do governo. E, todos os dias, os jornais citam o meu nome e o da Força. Como eles não ouviram, decidi consultar amigos sindicalistas que estão se sentindo ofendidos e vão entrar com ações em várias partes do Brasil", afirmou.

Vou fazer de 1.000 a 2.000 ações contra eles

Apesar de não ser industrial, o deputado sindicalista também teria prometido até montar o que pode vir a ser a maior fábrica de ações judiciais em série do País. Paulinho, ainda segundo a Folha Online, teria afirmado que sua intenção não é ganhar as ações na Justiça, mas "dar trabalho" para os dois veículos. "Pode perder, não tem problema. Vou dar um trabalho desgraçado para eles. Meu negócio é dar trabalho para eles. Não é nem ganhar. É só para eles aprenderem a respeitar as pessoas. Eu estou fazendo apenas 20. Se não parar, vou fazer de 1.000 a 2.000 ações contra eles no Brasil inteiro", ameaçou.

Fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus moveram mais de 60 ações contra a Folha e a jornalista Elvira Lobato, alegando que se sentiram ofendidos por um trecho da reportagem "Universal chega aos 30 anos com império empresarial", publicada em dezembro.

Segundo informa a Folha, há questionamentos sobre 12 convênios do ministério com entidades e pessoas ligadas ao PDT. A Folha divulgou que a pasta pretendia repassar R$ 7 milhões à CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), ligada à Força Sindical, para recolocar mão-de-obra em São Paulo.

O valor seria 97% maior que o gasto pelo governo paulista, e comissões do Estado e da prefeitura votaram contra o convênio. A decisão final cabe ao Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador). Ministério e entidades negam favorecimento.

Paulinho preside a Força desde 1999. Antes, presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos de SP (desde 1994). Em 2002, foi candidato a vice-presidente pelo PTB na chapa de Ciro Gomes e, em 2004, a prefeito de São Paulo pelo PDT.

O deputado não retornou nossas mensagens encaminhadas para seus e-mails, solicitando mais esclarecimentos sobre sua decisão.

Fonte: Folha Online


Paulo Pereira da Silva, achando que o noticiário vincula indevidamente a Força Sindical ao Ministério do Trabalho, anunciou que, à maneira dos seguidores do “bispo” Edir Macedo, responderá às denúncias processando os jornais que as divulgaram em 20 Estados.

Se isso não funcionar, avisou, serão mil, 2 mil as ações, no Brasil inteiro, impetradas por sindicalistas. “A Igreja Universal vai ser fichinha”, compara. E confessa: “Pode perder, não tem problema. Meu negócio é dar trabalho para eles.”


FRASE DO DIA
Se os jornais vão insistir nas matérias, vou dizer com todas as letras: se querem fazer putaria, então vamos fazer putaria. Estão fazendo putaria, vamos responder com putaria.
Deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) ameaçando processar os jornais que afirmarem que a Força Sindical, presidida por ele, seria beneficiada por dinheiro do ministério do Trabalho
Entidades criticam ameaça de onda de processos feita por presidente da Força Sindical
Maria Lima e Bernardo de Mello Franco - O Globo

BRASÍLIA - A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) condenaram nesta quinta-feira a intenção do presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), de iniciar uma onda de processos contra os jornais "O Globo" e "Folha de S.Paulo" em todo o país, como fez a Igreja Universal do Reino de Deus contra a "Folha" e o jornal "Extra" no mês passado. Os dois casos serão denunciados pela Fenaj na Organização dos Estados Americanos (OEA), na próxima segunda-feira, como exemplos de "assédio judicial" e tentativa de intimidar e cercear a liberdade de Imprensa no Brasil.

Incomodado com a publicação de reportagens mostrando que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, estaria beneficiando com convênios milionários ONGs ligadas ao PDT e à Força Sindical, Paulinho confirmou nesta quinta a estratégia para que parem as denúncias. A denúncia contra a atitude do parlamentar será feita pelo vice-presidente da Fenaj, Celso Schroëder, numa audiência especial sobre liberdade de imprensa no Brasil, realizada na OEA, em Washington.

- Nos preocupa essa onda de assedio judicial. O mesmo efeito que faz uma ação, fazem duas mil ações. Mas as duas mil é para intimidar e ameaçar os profissionais da imprensa. Nos preocupa essa onda, depois da Igreja Universal, a Força Sindical, é uma péssima rima. O contra-senso é que o Paulinho preside uma entidade que pretende representar trabalhadores e quer condenar trabalhadores da imprensa? Com isso ele está estimulando o assédio judicial - condenou o presidente da Fenaj, Sérgio Murilo.

O presidente nacional da OAB, Cezar Britto, concorda que a abertura de ações simultâneas sobre o mesmo caso em diversos estados pode caracterizar litigância de má-fé.

- Recorrer ao Judiciário com o interesse de dificultar a defesa ou apenas incomodar a outra parte não é um princípio defensável - afirmou.

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