O escritor, Thomas Kohnstamm, disse que aceitou cortesia de empresas - como pernoites em hotéis e refeições gratuitas -, desrespeitando normas da companhia.
Ele disse também que nunca sequer visitou um dos países sobre o qual escreveu - a Colômbia.
A Lonely Planet anunciou que fez uma revisão dos livros para os quais Kohnstamm contribuiu - entre eles, um guia sobre o Brasil - mas até o momento não encontrou erros.
O guia também negou que os métodos do autor sejam comuns entre autores de guias de viagem.
"Não é comum, porque não temos evidência de que as coisas que ele diz ter feito quando trabalhou no guia Brazil 5 (...) se aplicariam a outros livros", disse Stephen Palmer, diretor do Lonely Planet, à BBC.
Kohnstamm está divulgando seu novo livro, Do Travel Writers Go To Hell? Nele, ele conta como viajou pela América do Sul, vendendo drogas para complementar sua renda e praticando sexo casual, algumas vezes nos estabelecimentos sobre os quais escreveu.
Kohnstamm disse, por exemplo, que após ter relações sexuais com uma garçonete no Brasil, escreveu uma crítica sobre o restaurante em que ela trabalhava, qualificando o atendimento como "amistoso".
Ele também disse que nunca visitou a Colômbia, apesar de ter sido contratado para escrever sobre o país.
"Eles não me pagaram o suficiente para ir para a Colômbia. Eu escrevi o livro em San Francisco. Obtive as informações de uma garota com quem estava saindo - uma estagiária no consulado da Colômbia", disse o escritor em entrevista ao jornal australiano Daily Telegraph.
Os editores do Lonely Planet disseram à agência de notícias Associated Press que as declarações de Kohnstamm são falsas, porque ele foi contratado para escrever sobre a história da Colômbia - e não para avaliar o setor de serviços do país.
Outros autores de guias de viagem, embora sem aprovar os métodos de Kohnstamm, disseram que o escritor falou de problemas reais da indústria - que os autores são mal pagos, têm de cobrir seus próprios custos e têm de checar uma vasta quantidade de detalhes.
Stephen Palmer defendeu o sistema de pagamentos do Lonely Planet, dizendo estar confiante de que os salários pagos pela publicação estão entre os mais altos do setor. A BBC Worldwide, braço comercial da BBC, é dona de 75% do guia Lonely Planet.
Autor do guia 'Lonely Planet' diz ter feito crítica positiva por sexo no Brasil
Thomas Kohnstamm publicou livro em que afirma ter falsificado informações.
Ele também relata ter vendido drogas para aumentar o orçamento da viagem.
Um escritor que admitiu ter inventado informações do guia de viagem "Lonely planet" afirmou ter feito uma crítica positiva em troca de sexo no Brasil e que vendeu drogas no país para ajudar a financiar sua viagem.
O norte-americano Thomas Kohnstamm, de 32 anos, publicou recentemente o livro "Do travel writers go to hell?" (algo como "Será que escritores de guias de viagem vão para o inferno?", em português) em que narra os bastidores de suas viagens em um período de três anos na América Latina, a serviço do "Lonely planet".
Ele admitiu não ter sequer visitado um dos países sobre o qual escreveu, a Colômbia e conseguido as informações colocadas no guia a partir de relatos de uma estagiária do consulado colombiano - com quem diz ter tido um caso.
Em "Do travel writers go to hell?", Kohnstamm dedica algumas passagens sobre o Brasil. "A garçonete sugere que eu volte depois que ela feche o restaurante, por volta da meia-noite", escreve, segundo o jornal inglês "The Daily Telegraph". "Nós acabamos fazendo sexo em uma cadeira e depois em uma mesa."
"Essa performance rendeu uma menção no guia descrevendo o restaurante como uma 'surpresa agradável' onde 'o serviço de mesa é amistoso'". Ele também diz que dividiu um apartamento com uma prostituta chamada Inara e que vendeu ecstasy para pagar suas despesas de viagem.
Kohnstamm diz que os adiantamentos do "Lonely planet" "mal cobriam a passagem aérea". Segundo o "Daily Telegraph", outros contratados do guia escreveram em apoio ao norte-americano. Segundo uma viajante, Jeanne Oliver, em um dos fóruns do próprio "Lonely planet" na internet, "[a empresa] pede aos autores [...] para ajudar a financiar o livro do próprio bolso".
Judy Slatyer, presidente da "Lonely planet", disse que a empresa está "urgentemente revisando todos os livros em circulação que Thomas contribuiu, usando autores em solo e outros meios. Se nós descobrirmos que algum conteúdo foi comprometido, nós tomaremos medidas urgentes para corrigi-las". A série Lonely Planet vende mais de 6 milhões de cópias por ano.
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