'Presépio alternativo' com Maria e José na cama provoca polêmica na Nova Zelândia
Painel foi colocado em frente a igreja anglicana e irou conservadores. Ele mostra Maria, aparentemente nua, e José na cama.
Imagem divulgada nesta quinta-feira (17) pela Igreja Anglicana de St Matthew-in-the-City, na Nova Zelândia, mostra painel de um 'presépio alternativo' que mostra a Virgem Maria e seu marido, José, juntos na cama. A imagem, que está em um painel do lado de fora do templo, gerou polêmica entre os cristãos neo-zelandeses por mostrar Maria aparentemente nua. O letreiro, em uma tradução livre, diz: 'Pobre José. Deve ser difícil ser comparado com Deus'. (Foto: AFP)
Sempre que ligo a TV, ou acesso a internet, só pra citar uns dos meios de comunicação que mais acesso, ao acessá-la recebo, em média, cerca de 300 propagandas de boa e má qualidade, ofertando produtos dos mais diversificados, desde roupa de cama, eletro doméstico, automóveis, alimentos, bebidas, cigarros, apetrechos de pesca. Falar em indústria cultural é ligar uma característica específica proveniente do mundo capitalista, criado por Theodor W. Adorno em meados do século XX. O presidente lula, nessa semana, relatou de forma crítica, que há “ausência de conteúdos educativos nos meios de comunicação. "Qual é a quantidade de minutos educativos nos meios de comunicação? “É muito pouco porque o interesse é evidentemente comercial”, relatou o presidente. Ele tem toda razão. Com exceção da TV Cultura e alguns poucos programas vinculados por alguns órgãos de comunicação, não há, por parte desses, um compromisso sério em relação ao programa educacional no Brasil. Alguns até desconhecem que existam tais programas. Nessa semana li um artigo que negava tal existência, equívoco perdoado pelo fato do escrito não ser da área. Então qual seria a explicação, sendo que os órgãos de comunicação funcionam mediante concessão do governo federal? Consequentemente precisam atender algumas exigências para que continuem ativos e possam renovar sua concessão? Podemos conceituar a Indústria Cultural em empresas que têm por objetivo oferecer, propagar, divulgar produtos nos canais competentes como TV, jornais, rádios, revistas e internet atendendo os ditames do capitalismo que é o lucro. Esse conceito - Indústria Cultural – serviria para definir a inversão da cultura em mercadoria. O conceito nada tem a ver com os veículos ou meios de comunicação que citei, mas ao uso dessas tecnologias pelo capital. A ideologia cultural passa a ser guiada pela necessidade de consumo e de lucro capitalista guiados pelo mercado. Segundo informações dos sites oficiais do governo federal (Ministérios das Comunicações) existem atualmente no Brasil, em torno de mil estações de rádio e mais de 75 de televisão, representando 37 milhões de aparelhos receptores de rádio o que nos leva a refletir em torno de uma audiência de 60 a 90 milhões de brasileiros. Na imprensa escrita são aproximadamente 290 jornais diários, e outros que estão sendo liberados essa semana pelo governo podendo alcançar cerca de 5 milhões de leitores. Portanto, a Indústria Cultural no Brasil escamoteou os interesses e/ou as expectativas de um projeto hegemônico para a educação do país em nome dos interesses do capital, inclusive com a participação de alguns setores ligados à própria educação, seja privada ou até mesmo pública. Nas escolas, as propagandas tomaram conta dos corredores com a conivência daqueles que deveriam preservar pelo processo estão – de maneira consciente ou inconsciente – contribuindo cada vez mais pela banalização de tal sistema. Os muros das escolas estão sendo loteados, alugados em nome de melhorias estruturais que deveriam ser de responsabilidade dos governos estaduais, federal e municipal, com as mais diversificadas propagandas comerciais. Podemos refletir que no Brasil a Indústria Cultural implementa um projeto de divulgação dos interesses capitalistas banalizando os valores sociais e culturais que deveriam ser preservados, não se importando com os resultados que possam surgir desse modelo. Não há regras claras que definem tais liberdades, e quando são propostas pelo governo federal são barradas pelo bloco de defesa no Congresso Nacional. Os programas denominados de Reality Show é um dos exemplos desse processo, fazendo a população crê que participa quando o que está por traz de todo aquele teatro é a venda dos produtos e marcas patrocinadoras. Para Adorno, “o homem, nessa Indústria Cultural, não passa de mero instrumento de trabalho e de consumo, ou seja, objeto. O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho”. (ADORNO, Theodor W. Textos Escolhidos. Trad. Luiz João Baraúna. São Paulo: Nova Cultural, 1999).
Pedro Antonio Agostinho é professor de história na rede pública em Mato Grosso do Sul, cidade de Três Lagoas
http://www.jptl.com.br/?pag=capa Jornal do Povo de Três Lagoas
Educativa irá “rever” a situação de César Benjamin
O “diretor-presidente” da emissora pode ser remanejado para outro cargo Publicado em 02/12/2009 | Euclides Lucas Garcia
Benjamin acusa o presidente Lula de ter tentado “subjugar” sexualmente um colega de cela quando esteve preso em 1980
“O César deveria procurar tratamento, aquilo foi de uma agressividade descabida. Mas agora me pergunte: o que você acha da patifaria que a Folha fez publicando isso? Eu acho terrível.”
Depois da descoberta de que o cientista político e editor carioca César Benjamin é funcionário comissionado do governo do estado, a Rádio e Televisão Paraná Educativa (RTVE) admitiu ontem a possibilidade de remanejá-lo nos quadros da emissora. Apesar de não mencionar uma possível demissão, membros do governo mostraram-se desconfortáveis com a publicação do artigo em que Benjamin acusa o presidente Lula de ter tentado “subjugar” sexualmente um colega de cela quando esteve preso em 1980.
De acordo com a lista dos servidores estaduais publicada no site da Secretaria Estadual da Administração, Benjamin ocupa o cargo de diretor-presidente da RTVE e recebe salário de aproximadamente R$ 5 mil, apesar de viver no Rio de Janeiro. Já Marcos Batista, que é quem responde formalmente pela direção da emissora, figura como secretário de Estado, por atuar como assessor especial do governador Roberto Requião (PMDB). Polêmica
Batista disse ontem que a RTVE está “revendo a situação” de Benjamin. “Parece que caiu o mundo na cabeça dele. Ainda estamos tentando entrar em contato com ele”, declarou. Em relação à contratação de Benjamin para prestar “serviços profissionais especializados” ao governo estadual, Batista afirmou que o trabalho está sendo feito. De acordo com o Diário Oficial de 8 de dezembro de 2005, o cientista político e editor carioca foi contratado para a produção de dez documentários de “caráter histórico-cultural e educativo sobre o Brasil”. “Ele (Benjamin) está preparando os documentários. Serão sobre personagens tipicamente brasileiros e irão ao ar na TV (Educativa) quando forem concluídos”, garantiu Batista.
Em entrevistas à Gazeta do Povo na última segunda-feira, Batista e o governador alegaram que Benjamin é funcionário da RTVE e trabalha como comentarista de política, economia e história, além de atuar em projetos de programas especiais. Segundo Batista, ele foi alocado no cargo de diretor-presidente da emissora porque essa era a única vaga disponível, já que o próprio (Batista) exerce a presidência da emissora, mas está nomeado como secretário.
Ontem, pelo segundo dia consecutivo, a reportagem tentou localizar Benjamin, mas ele não retornou aos pedidos de entrevista.
Repetição
Essa não é a primeira vez em que contratações da RTVE são questionadas. Em setembro deste ano, a Justiça Estadual considerou nulo o Decreto Estadual 2.939 que permitiu a contratação, em 2004, de 172 funcionários para a emissora sem concurso público. De acordo com a decisão judicial, a atitude “fere a moralidade e a impessoalidade, sendo, pois, inconstitucional”. O governo do estado, que recorreu da decisão e aguarda posicionamento da Justiça sobre o pedido de efeito suspensivo, alegou, na época, que as contratações temporárias eram uma forma de “buscar soluções menos traumáticas para solução dos problemas da RTVE”.
Em outra decisão, o Tribunal de Contas do Paraná impugnou despesas da emissora referentes a 2004 e determinou a devolução de cerca de R$ 26 mil aos cofres públicos. O valor – parte dele gasto sem nota fiscal – se refere ao pagamento de viagens a pessoas que não tinham vínculo com a RTVE.
Repercussão
Requião nega demissão de cientista político
André Gonçalves, correspondente
Brasília - O governador Roberto Requião (PMDB) disse ontem que sabia que o cientista político César Benjamin mora no Rio de Janeiro, apesar de ser funcionário comissionado do governo do estado.
“Benjamin faz comentários, trabalha para a televisão.” Requião disse que ele não ocupa um espaço específico na programação e negou que ele ocupe a função de diretor-presidente. “Ele tem um cargo DAS-1 (símbolo de cargo comissionado) e você sabe bem disso.”
Benjamin teve destaque depois da publicação, na última sexta-feira, de um artigo no jornal Folha de S. Paulo em que afirmou que o presidente Lula tentou “subjugar” sexualmente um companheiro de cela quando foi preso, em 1980. Requião criticou o texto. “O César deveria procurar tratamento, aquilo foi de uma agressividade descabida. Mas agora me pergunte: o que você acha da patifaria que a Folha fez publicando isso? Eu acho terrível.” Ele disse que não pretende demitir o cientista político.
Governistas barram pedido de explicação sobre nomeação
Publicado em 02/12/2009 | Kátia Chagas
Os deputados de oposição tentaram aprovar ontem um requerimento cobrando explicações do governo sobre a nomeação de César Benjamin como diretor-presidente da Rádio e Televisão Educativa do Paraná (RTVE), mas a bancada governista derrubou o pedido de informações por 21 votos a 7.
Para a oposição, há muita controvérsia em torno da contratação. Os deputados querem saber se ele cumpre expediente no governo. Benjamin vive no Rio de Janeiro. “Afinal, onde reside o Benjamin e que tipo de serviço ele presta?”, questionou o líder da oposição, Elio Rusch (DEM).
Os deputados também pesquisaram o Sistema de Informações Organizacionais do Poder Executivo, no site da Casa Civil, onde consta que o diretor-presidente da RTVE é Marcos Antonio Batista. Mas, no site da Secretaria da Administração, Batista aparece como secretário de estado e Cesar Benjamin como diretor-presidente da emissora. “Queremos saber por que existem dois cargos de direção com simbologias diferentes e qual a função de cada um”, disse Rusch.
Decretos
O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), entregou para a oposição os decretos de nomeação dos dois, nos quais ambos aparecem como “diretor-presidente” da Educativa. O que muda é o salário e a simbologia dos cargos de cada um. Segundo o Decreto 2.597, César Benjamin foi nomeado no dia 8 de maio de 2008, no lugar de Algaci Tulio, para exercer um cargo DAS-1 na RTVE.
No caso de Marcos Batista, o Decreto 53 mostra que a nomeação do jornalista foi feita em 1.º de fevereiro de 2007 para exercer o cargo de diretor-presidente da RTVE, simbologia AE-1. O mesmo documento exonera Batista “do cargo de diretor-presidente – símbolo DAS-1”.
Segundo Romanelli, não há duplicidade de cargos, mas um erro no site oficial em relação à função dos dois. Marcos Batista não é secretário de Estado, é o diretor-presidente, e Cesar Benjamin entrou no lugar de Algaci Tulio no cargo DAS-1 que sobrou na estrutura da RTVE, disse o deputado.
O líder do governo declarou ainda que considerou “absurda” a declaração de Benjamin envolvendo o presidente Lula, mas que ele é um “intelectual de grande porte que presta consultoria ao governo”. Só não detalhou que tipo de serviço é prestado.
DJ Leo, DJ David, a cidade de Belém e o estado do Pará contra a Banda Djavu. Conheça a verdadeira história por trás do maior estouro do tecnobrega no sul do país
Rubi é uma pedra preciosa vermelha, uma variedade do mineral corindon (óxido de alumínio) cuja cor é causada principalmente pela presença de crômio. Rubi é uma das principais aparelhagens de Belém, criada nos anos 50 pelo Dj Orlando Santos e que hoje anima as festas de tecnobrega. Rubi, ou Extremeçe Rubi, como era originalmente chamada, é a música de trabalho do disco de estréia da Banda Ravelly. No decorrer deste ano, esta música causou intensos debates sobre o que é cover e o que é roubo, além de ser a responsável pela popularização do tecnobrega no sudeste.
Tudo começou em 2007, quando DJ Gilmar da Aparelhagem Rubi pediu que os DJs Leo e David compusem uma música nova para ser executada em suas festas. A cantora oficial da dupla era Viviane Batidão, mas como sua prima Vanda estava em dificuldades, separada do marido e com filho pra criar, pediu que a chamassem para a tarefa. Assim nasceu Rubi, no barraco da dupla de DJs, na periferia de Santa Isabel, interior do Pará, ao custo de R$ 200,00. No intuiuto de ajudar a moça em dificuldades, mais e mais músicas foram sendo gravadas, como Meteoro, Maciota Light e Atração Pittbull e outras, que quando começaram a acontecer Belém, motivaram a criação da Banda Ravelly, nome inspirado no pseudônimo que Vanda usava desde o tempo em que era vocalista da banda de forró Caicó, em Fortaleza, com os DJs Leo e David mandando ver nas bases.
Com a banda emplacando e fazendo shows, a grana começou a entrar, Vanda reatou com seu marido Max Sandro que se encontrava exilado no Recife e contrataram Flávio para empresariá-los. Como em diversos casos já ocorridos no meio artístico em que o sucesso comercial atiça a ambição, começaram a ocorrer discussões com relação ao percentual de participação dos lucros entre as partes envolvidas e Max Sandro, devido ao fato de já ter aprendido a fazer as bases, achou por bem e conveniente dar um pé na bunda de Leo e David, justamente a dupla de compositores.
Paralelamente, a mais de dois mil quilômetros de distância, sem relação nenhuma com o fato e absolutamente do nada, as músicas começaram a fazer sucesso nos camelódromos do norte da Bahia. Dois empresários de Capim Grosso, Geanderson e Paulo Palcos, resolveram contratar a Banda Ravelly para uma série de shows. Ligaram para o Pará, acertaram tudo com Max Sandro e começaram a trabalhar na divulgação. Foi então que a famosa borboleta, que quando bate asas na Argentina causa tufões na China, deu as caras na história. O empresário Flávio pegou o chip do celular de Max Sandro, colocou em seu Nokia e passou a receber as ligações.
Em Senhor do Bonfim, a pouco mais de 100Km de Capim Grosso, os radialistas do programa Zueira Legal tiveram a mesma idéia, uma turnê da Banda Ravelly pela região, ligaram para o Pará e desta vez quem atendeu foi Paulo, que por um erro crasso de comunicação interna, não sabia que sua banda já tinha sido contratada para a tarefa e fechou negócio. Numa bela manhã, Paulo Palcos acorda e vê sua cidade entupidas de cartazes anunciando os shows que seriam promovidos, olha só! por seu concorrente.
Ao ligar para fazer a reclamação, recebe um tachativo "azar o seu, já fechamos com o Zueira Legal". Como Paulo Palcos é um cara meio, digamos assim, rude em suas maneiras de lidar com as intempéries da vida, resolveu sacanear os caras e montar uma banda que tocasse as mesmas músicas, do mesmo jeito e partir para a briga com a banda que lhe deu calote. Tudo foi feito à pressas. Chamou Nádila para os vocais, escalou Juninho Portugal, que não sabia tocar nem triângulo em forró de pé de serra como DJ de mentirinha e seu sócio Geanderson para os vocais. Uma dúzia de gostosas de Capim Grosso completaram a formação da maior falcatrua da história musical brasileira.
O que se sucedeu foi um duelo digno dos maiores enxadristas entre as duas bandas, que saíram em turnê paralelamente pelo sertão nordestino. O xeque mate, por parte da Djavu, começou a ser arquitetado quando Paulo Palcos começou a fazer uso de todo o seu talento para o Marketing Esquema Novo: a gravação de um DVD. Abrindo um show da Banda Calypso, fizeram a gravação em um evento que foi um fracasso absoluto, mas que serviu para confirmar que imagem é tudo. A filmagem foi tão as pressas que, no vídeo, pode-se ver bandeirosas marcas feitas com esparadrapo no palco, porque as dançarinas ainda não tinham aprendido a coreografia correta.
Habituado a negócios escusos, Paulo Palcos não encontrou nenhuma dificuldade em largar o "master" do DVD na mão do alto escalão do mercado pirateiro de São Paulo. Em pouquíssimo tempo, as músicas estouraram num dos maiores de fenômenos de sucesso em massa de nossa história recente. O problema é que em sua vingança contra a Banda Ravelly, Paulo Palcos e Geanderson passaram o rodo em Belém e gravaram as melhores músicas da cena local, sacaneando meio mundo de gente e se comportando como se fossem suas.
Naturalmente que o pessoal de Belém chiou, gritou, berrou, mas a distância geográfica que encarece as turnês os deixou em tremenda desvantagem e quando a própria banda Ravelly desceu para tocar em São Paulo, foi acusada de ser uma cópia da Djavu. Nas comunidades do Orkut as discussões logo começaram a pegar fogo e mais uma vez a quadrilha encabeçada por Paulo Palcos foi esperta. Criaram dezenas de fakes que jogavam gasolina na fogueira, uns criticando e outros detonando a Djavu, o que só fez aumentar a curiosidade das pessoas, aumentando exponencialmente a quantidade de downloads.
Que fique bem claro aqui que a questão nem é que eles tenham roubado as músicas, afinal no norte e nordeste, direitos autorais não costumam ser muito respeitados. A questão é o sucesso a qualquer preço, obtido a fórceps por meio de meios escusos. As falcatruagens de Paulo Palcos já estão se tornando conhecidas no meio. Para não perderem uma aparição na TV, deram um cano em um show em Sorocaba que levou a multidão a destruir palco, equipamento e camarins.
Outra coisa que Palcos costuma fazer é denegrir a imagem de bandas mais bem estruturadas que a dele, para a produção de eventos de apresentações coletivas, para que a sua Djavi não tenha concorrente de peso e se sai como a grande banda da festa. Trocar nomes de músicas nas legendas de seus DVDs para driblar o ECAD é outra técnica recorrente. A lista de delitos é enorme e não ficarei cansando o leitor com elas.
A cara de pau dos usurpadores é tão grande que, em entrevista a um telejornal local da Bahia, Juninho Portugal declarou que o que eles fizeram foi pegar o Melody de Belém e acrescentar um tempero baiano. Tempero baiano? Só se for o orifício circular corrugado, localizado na parte ínfero-lombar da região glútea de Vossa Exelência. No som em si, não há nada de diferente e se há, é a batida extremamente brocochô e repetitiva que soa como se viesse de um teclado furreba qualquer. Quem está habituado a escutar o Melody de Belém, se recusa a escutar este genérico degenerado.
Mas infelizmente o sucesso da Djavu foi fulminante. Até porque as músicas foram selecionadas a dedo e a Djavu se comportava como se fossem suas. Logicamente que os desavisados acharam a banda sensacional e os fãs se multiplicaram, os shows começaram a lotar e em pouquíssimo tempo estavam na mídia e ricos, podres de ricos. O faturamento mensal da banda gira em torno de R$ 3 milhões. Assim, passaram a agir legalmente comprando músicas em Belém, de gente que, devido a necessidade financeiras diversas, trairam a cena local entregando os cordeirinhos ao lobo, fazendo o monstro atingir proporções tais que uma vingança ficou aparentemente inviável.
Falei aparentemente porque ela veio, adicionando o elemento comédia a esta história policial e de onde menos se esperava. Ele, o pilantra do bem, o anarcocapitalista da música popular, futuro candidato a deputado federal pelo estado de Rondônia e que em um de seus DVDs se diz mais poderoso que Bin Laden e mais gostoso que Brad Pitt: DJ Maluco.
Ele já tem há anos uma banda que faz algo semelhante a Djavu: vive de fazer cover, o Bonde do Forró, só que nunca escondeu ser uma cópia. Um dos vocalistas, por exemplo, é um clone melhorado do Bruno da dupla Bruno & Marroni. Como a especialidade do DJ Maluco são falcatruagens construtivas, o que sua banda faz é divulgar o forró no sul do país. O Bonde do Forró é um sucesso e até DVD gravado em Barretos eles tem.
E como diabos o DJ Maluco conseguiu vingar os paraenses? Criando o fake do fake, a cópia da cópia: a Banda De Javu do Brasil, acertando a grafia do termo francês e inserindo músicos de verdade. Mais rápido ainda do que os falsários baianos, deslocou a vocalista Anne Lis, do Bonde do Forró, com larga experiencia vocal e com um séquito de fãs já estabelecido, gravou sete músicas, mandou fabricar mais de 200 mil discos, criou site oficial, twitter, facebook, o diabo, assim como uma biografia falsa que dizia que o disco era o Volume 5 e mandou o release pra meio mundo de gente.
Quase todo mundo caiu na pegadinha e atualmente DJ Maluco está estufando ainda mais seu bolso de dinheiro, enquanto empresários diversos contratam sua banda para shows, comprando, no caso, lebre por gato. Isso porque a cópia da cópia ficou melhor que a cópia. O groove amazonense da música Rubi da De Javu do Brasil arrasa com aquele sonzinho fuleiro dos baianos. Acrescente-se que ele gravou uma versão de Beat It, de Michael Jackson, e deu uma de mestre, uma versão do hit Pocker Face de Lady Gaga, que de tecnobrega não tem nada, mas desce redondo nos ouvidos ainda não acostumados à batida de Belém no sul do país. Um Cavalo de Tróia, por assim dizer.
Segundo DJ Maluco, quando a Djavu perder o processo por plágio, afinal a cidade de Belém inteira é testemunha contra eles, a sua banda ficará como a original. Como essa história irá acabar é algo que nem Nostradamus seria capaz de conceber. Se isso acabar em morte, não ficarei surpreso, porque saiu no jornal local do Pará que Gabi Amarantos, vocalista da Banda Tecnoshow, foi ameaçada por telefone por ser uma das mais ferrenhas denunciantes do plágio. Inclusive essa novela ganhou agora outro ator peso pesado, a Rede Record. Como incluíram uma música da Djavu na novela Bela A Feia, simplesmente cortaram Gabi Amaranto quando, num programa recente, ela começou a fazer denúncias. Cabuloso isso tudo, muito cabuloso.
Rola até um boato muito forte de que Gugu Liberato é um dos sócios ocultos de Paulo Palcos. De um cidadão que tem falsos sequestradores em seu currículo, não seria de admirar que esse boato fosse real. De fato, fontes seguras afirmam que um diretor do alto escalão da Rede Record é sócio do esquema. Após inúmeras tentativas, consegui falar por telefone com o cidadão que, naturalmente, negou tudo. Aparentemente, ele atendeu o telefone pensando que eu queria contratar sua quadrilha para uma apresentação, pois ficou muito nervoso quando eu citei a questão do plágio e disparou uma avalanche de explicações e declarações que, posteriormente checadas, eram todas falsas. A única verdade que ele falou nos cinco minutos de ligação, foi seu nome de batismo, Marinho Silva Campos.
O mais revoltante nessa história toda é que Leo e David, os dois meninos humildes de Santa Isabel do Pará, continuam sem receber um centavo pelo mérito de serem autores de alguns dos maiores sucessos de 2009 e continuam morando no seu casebre que necessita de reforma urgente, pois cada vez que vem as tradicionais enchurradas amazonenses, tem uma parede lá que ameaça desabar. A Banda Ravelly, que praticamente negou tijolo quando a dupla de DJs foi pedir ajuda para a supracitada reforma, espero que tenha seu castigo com a publicação deste esforço de reportagem.
Quanto à Banda Djavú, muito provavelmente o nocaute, o dia que em que os meliantes beijarão a lona, virá no round em que os artistas paraenses em peso descerem para São Paulo. Quero só ver a Djavu ter que concorrer com nomes como AR-15, Viviane Batidão, Gangue do Eletro, Banda Elektra e a própria Ravelly e Tecno Show, que já estão com as malas prontas.
O Hermano Vianna sonhava em ver o tecnobrega ser descoberto primeiramente por um gringo, para depois aterrissar por aqui. Nosso intrépido antropólogo deve estar nesse momento "pre-té-ri-to" ao ver seu tesouro musical nas páginas policiais e nos tribunais. É Hermano, como vovó já dizia, a língua é o chicote da bunda.
por Timpin
Timoteo "Timpin" Pinto fala de ritmos populares de uma maneira sem preconceitos e com o respeito que eles merecem, tanto aqui quanto em seu blog.
Universitárias do DF mostram que o uso de roupas curtas é normal
Para elas, hábito não justifica polêmicas como a da estudante paulista que sofreu agressões e ameaças dos colegas. Pressionada pela repercussão do caso, Uniban readmite a aluna
Mirella D’Elia Alana Rizzo Mara Puljiz
Não pegou bem entre as universitárias brasilienses a iniciativa da Universidade Bandeirante (Uniban) de expulsar — e, depois da repercussão, voltar atrás — a estudante de turismo Geisy Arruda. Em 22 de outubro, ela foi humilhada, agredida e sofreu ameaças de violência por alunos. O motivo: ter ido à faculdade usando um vestido curto. O Correio percorreu quatro instituições de ensino da capital para mostrar que a combinação roupa curta e sala de aula é considerada normal pelas jovens e que não há regras de vestuário nas universidades definindo o que pode ser usado.
De short e camiseta, a estudante de moda Letícia Augier, 18 anos, foi uma das primeiras a criticar a atitude “hostil, machista e antiética” da universidade paulista. A jovem acredita que um homem sem camisa, por exemplo, não causaria tanta reação. “Ela não estava nua ou de biquíni. Estava ali para estudar e não explorando a própria imagem”, argumenta.
A advogada Jackelyne Palhares Borges de Lima, 25, também não vê problemas em usar roupa curta na faculdade. Apaixonada por vestidos e shorts, diz que nunca sofreu preconceito. “A questão é não ser vulgar”, acredita. “A roupa que a pessoa veste na faculdade depende do lugar para onde ela vai depois”, exemplifica. “A pessoa tem que ser ela mesma e se vestir como se sentir bem.”
Pós-graduanda em psicologia do Centro Universitário de Brasília (Ceub), Rejane Agapito, 27, avalia que as universidades deveriam ter normas claras sobre o que é ou não proibido. “Cada ambiente é um ambiente e a pessoa tem que ter bom senso. Não achei que o vestido dela estava tão curto, mas a reação dos outros vai muito de como a pessoa se porta”, avalia. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, nunca houve problemas relacionados às roupas dos estudantes. Também não há regras sobre o assunto.
Em São Paulo, durante mais de uma hora de entrevista, o vice-reitor da Uniban, Ellis Brown, não conseguiu explicar que atos teriam feito a universidade expulsar a aluna Geisy Arruda. Porém, admitiu que a repercussão na mídia interferiu na revogação da medida. “A decisão da mudança, em parte, foi provocada pela repercussão negativa do caso”, disse, negando que o conselho universitário tenha se precipitado ao expulsar a estudante. Para proibir a aluna de voltar a frequentar o curso, a Uniban informou em nota que a medida foi adotada após “flagrante desrespeito aos princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade”.
Questionado sobre possíveis punições aos alunos envolvidos nas ofensas, Brown disse que não haverá. “Teríamos de perguntar se puniríamos 800 alunos. Isso não resolveria o problema social”, enfatiza. Sobre o dano à imagem da instituição, o vice-reitor disse que “aluno da Uniban não é Taleban”, dizendo que os estudantes começam a sofrer discriminação.
Advogado de Geisy, Nehemias Domingos de Melo defende que os estudantes que participaram sejam punidos. “Pedimos a abertura do inquérito e vamos esperar as autoridades identificarem essas pessoas.” Em notificação extrajudicial à Uniban, o advogado cobra segurança para que a jovem volte a estudar e conclua o semestre.
Gaveta O Ministério da Educação (MEC) arquivou o pedido de explicações encaminhado à Uniban. A Secretaria de Educação Superior tinha dado 10 dias para que a instituição informasse os motivos da expulsão da jovem. Agora, a promessa do órgão é acompanhar o processo de reinserção da aluna. O recuo da universidade não vai interferir na investigação da Delegacia de Defesa da Mulher de São Bernardo (SP) nem no inquérito do Ministério Público de São Paulo e no procedimento do Procon-SP, que apura a conduta da Uniban.
DEBATE PÚBLICO A Comissão de Educação da Câmara analisa hoje requerimento que propõe a realização de audiência pública para debater a polêmica envolvendo a estudante. A reunião está marcada para às 11h30, no plenário 10. O requerimento nº 284/2009 foi proposto pelos deputados Ivan Valente (PSOL/SP) e Angela Portela (PT/RR).
'Já recebemos ameaça de morte', diz diretor do BeautifulPeople
Polêmico por aceitar apenas a inclusão de perfis de pessoas consideradas bonitas, o site de relacionamentos BeautifulPeople tem sido alvo de críticas e, inclusive, de ameaças.
"Já recebemos ameaças de morte e acusações de fascismo", diz o diretor-gerente do site, Greg Hodge, em entrevista concedida por e-mail ao Diário OnLine. "Nós recebemos milhares de cartas de queixas, principalmente de pessoas que não acreditam que seus perfis foram rejeitados."
Como resposta às reclamações, Hodge explica que o BeautifulPeople é uma democracia, ou seja, ninguém é obrigado a aderir ao serviço. "Trata-se simplesmente de uma opção disponível no mundo dos relacionamentos, a fim de ajudar pessoas bonitas a encontrarem amigos bonitos ou parceiros em potencial. O objetivo é facilitar essa busca."
Nesta terça-feira, o BeautifulPeople divulgou que, apenas nas duas últimas semanas, aproximadamente 1,8 milhão de pessoas não atraentes de 190 países tiveram suas tentativas de ingressar no site frustradas. Do número total de esperançosos, foram aceitos somente 360 mil novos membros.
O site conta agora com um número de integrantes superior a 540 mil no mundo inteiro, e até 4 milhões de visitantes exclusivos entram no site diariamente. "Apesar da considerável reação contra nós, os números não mentem: estamos atendendo uma demanda muito clara. O BeautifulPeople pode ser moralmente feio para nossos críticos, mas nosso sucesso crescente é uma verdade muito bonita", afirmou, em nota, o criador do site, Robert Hintze.
Para ser aceita no BeautifulPeople, a pessoa interessada deve se inscrever com uma foto e um breve perfil. Por 48 horas, os membros existentes do sexo oposto votam se ela deve ou não ser aceita no grupo. As opções são "Sim, certamente", "Hmm, sim, tudo bem", "Hmm, não, não exatamente" e "Não, Absolutamente NÃO". Segundo o site, atualmente 400 esperançosos fazem suas solicitações de inscrição por minuto durante os horários de pico de tráfego.
Segundo o diretor-gerente do site de encontros da ''elite'', a rejeição simplesmente faz parte da vida de muitas pessoas. Hodge frisa que, no entanto, muitos dos membros do site só conseguiram ingressar nele em sua segunda tentativa. "Nossa dica para quem foi rejeitado pela primeira vez é cuidar da aparência e se exercitar. Essas atitudes podem funcionar bem", afirma. "Se uma pessoa é rejeitada, ela pode ficar brava e ‘sair andando'' ou pode decidir que quer melhorar sua aparência e tentar de novo. Talvez a rejeição seja o estímulo que ela precisa para melhorar."
Perguntado se considera-se uma pessoa bonita, Hodge afirma que sim, apesar de tentar manter a modéstia. "O BeautifulPeople tem sido a minha vida nos últimos cinco últimos anos, desde que eu me tornei diretor-gerente. Tenho certeza que envelheci neste período, mas faço o meu melhor para me manter em forma e saudável para continuar entre os nossos membros", diz. "Eu casei com a mulher dos meus sonhos no ano passado e, enquanto ela continuar achando que eu estou bem, estarei feliz!"
Boa notícia para nós - Apesar de toda a polêmica que o site traz consigo, para os brasileiros ele traz também uma notícia animadora. Nós aparecemos em segundo lugar na lista dos países que têm mais usuários aceitos no BeautifulPeople. Quarenta e cinco por cento das requisições brasileiras, tanto de homens quanto de mulheres, são aceitas.
"A Suécia e o Brasil estão provando ser as nações esteticamente mais abençoadas no mundo", diz Hodge. "Já os homens e mulheres alemães não estão indo muito bem. Eles estão colocando imagens carrancudas, precisam suavizar. Os russos também, embora seja verdade que muitos são extremamente feios."
Segundo Hodge, a Inglaterra também está "vacilando", porque seus habitantes não dedicam muito tempo ao cuidado com a aparência. "Ao lado das belezas brasileira e escandinava, o povo britânico não é tão espirituoso ou glamuroso", afirma o diretor-gerente. DGabc
TV deixa de ser o item mais importante entre os jovensApesar de ser o aparelho com maior penetração no Brasil, a TV perdeu o reinado entre os jovens. Pesquisa realizada pelo Ibope mostra que o meio deixou de ser o mais importante para a população jovem, considerada até 34 anos.O estudo considera os hábitos de consumo de meios de comunicação. De acordo coma coluna Outro Canal, do jornal Folha de S.Paulo, o estudo apontou que, entre a faixa etária de 10 a 17 anos, o computador com internet é o item mais relevante, com 82% no ranking de prioridade. Em seguida estão a TV (65%) e o celular (60%).Para a população de 18 a 24 anos, quem lidera o ranking é o celular com 78%, seguido por: computador ligado à rede (72%) e TV (69%). O grupo de 25 a 34 anos tem o celular como item mais importante (81%), depois aparecem: TV (73%) e computador (65%). A TV lidera a pesquisa com 77% de preferência, na média geral.Segundo Dora Câmara, diretora comercial do Ibope, a pesquisa mostra que existe um processo de convergência, principalmente entre a população mais jovem, que possui mais capacidade para acomodar os meios de comunicação simultaneamente. "Metade dos jovens de 12 a 19 anos costuma acessar a internet enquanto veem TV ou ouvem rádio".Mesmo assim, 82% dos 800 entrevistados afirmou que prefere utilizar um meio de cada vez.
Itália: Padre celebra casamento de um homem com transexual
Redação CORREIO
Alessandro Santoro, padre católico da igreja de Piagge, em Florença, Itália, celebrou um casamento no domingo (25) que gerou polêmica e está tendo grande repercussãono país. Fortunato Talotta, de 56 anos, se casou com Sandra Alvino, um transexual de 64 anos. O caso está sendo noticiado nos principais jornais do país, como o La Repubblica.
De acordo com o jornal, Fortunato e Sandra são casados civilmente há 26 anos, sendo que ela já havia se tornou mulher nos anos 1970, quando realizou uma cirurgia de mudança de sexo na Inglaterra. Há dois anos, a “Católica praticante”, tentava se casar.
Ainda de acordo com o jornal, o padre estava consciente de que o Vaticano vai declarar o casamento nulo e que pode sofrer punições, mas está feliz com a união do casa. “Este é um ato que não muda a realidade: vocês são um casal crente que vivem na Igreja o seu ser casal, e isso o Deus da vida abençoa”.
(Com informações do Globo.com) http://correio24horas.globo.com/noticias/noticia.asp?codigo=39655&mdl=28
Proposta que efetiva donos de cartório sem concurso público está na pauta. Também há discussão sobre marco regulatório do pré-sal na Câmara.
Do G1, em Brasília
A Câmara dos Deputados pode votar nesta terça-feira (6) em primeiro turno a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que efetiva donos de cartório que não fizeram concurso público. A proposta consta da pauta da sessão do plenário da Câmara que acontece a partir das 16h.
A PEC dos Cartórios visa efetivar responsáveis por cartórios que assumiram os cargos sem concurso público depois da Constituição de 1988. A intenção é beneficiar quem ocupava a função entre a promulgação da Constituição e novembro de 1994, quando foi sancionada uma lei que regulamentava o artigo constitucional que tratava dos cartórios. O projeto atende também quem era substituto neste período e tornou-se titular depois. Neste caso, o dono precisa estar como titular há pelo menos cinco anos quando a lei for promulgada.
O relator da PEC, João Matos (PMDB-SC), afirma que a efetivação sem concurso público visa corrigir uma “falha do Estado” com os donos destes cartórios. “O estado brasileiro falhou com estas pessoas. Elas foram deixadas seis anos sem regulamentação e não foram atendidas pela lei. Elas não estão nesta situação por culpa delas ou do judiciário, mas por culpa de todo o estado”. Enquanto o relator afirma que 2,2 mil seriam efetivados, o Conselho Nacional de Justiça estima que este número chegue a 5 mil.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) é um dos contrários ao projeto. Ele defende que a ocupação das vagas deveria se dar somente por concurso público. “Essa PEC veio para violar uma situação que viola a Constituição. Querem oficializar pessoas sem concurso. Entendemos que não é possível violar o princípio da Constituição de sempre realizar concurso”.
Pré-sal
Outro tema em destaque na Casa é o novo marco regulatório para a exploração de petróleo na camada pré-sal. As comissões que analisam os quatro projetos do pré-sal se reúnem hoje, às 13h. Os destaques são as presenças dos ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, e de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
CPI da Petrobras
Com o objetivo de colher depoimentos sobre a Operação Águas Profundas, realizada pela Polícia Federal, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras promove reunião a partir das 14h. O encontro, marcado inicialmente para a semana passada, foi adiado devido à ausência de dois dos três convidados: o procurador da República Carlos Alberto Gomes de Aguiar e o delegado da Polícia Federal Cláudio Nogueira. O único a comparecer na ocasião foi Ilton José Rossetto Filho, gerente de Estratégia de Contratação de Itens Críticos da Petrobras.
Anunciada em 2007, a Operação Águas Profundas investigou indícios de fraudes - envolvendo empresas privadas e funcionários da Petrobras - em licitações da estatal para reforma de plataformas de exploração. Cláudio Nogueira foi o delegado da Polícia Federal encarregado do inquérito. Já Carlos Alberto Gomes de Aguiar foi o procurador da República responsável pela apresentação da denúncia no âmbito do Ministério Público Federal.
Prefeitos e juízes falam na comissão da PEC dos Precatórios
A comissão especial criada para analisar a proposta de emenda à Constituição dos Precatórios (PEC 351/09) realiza, às 14h desta terça-feira, audiência pública no Plenário 12 da Câmara dos Deputados. A PEC cria novas formas de pagamento de precatórios (dívidas judiciais) - por leilão e por fila organizada a partir dos menores valores -, que conviverão com o critério cronológico já previsto na Constituição.
Entre os convidados para o debate estão o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o presidente das comissões de Precatórios da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Flávio Brando, o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando César de Mattos, e o representante da Frente Nacional de Prefeitos, Mário Wilson Pedreira Reali. Terra
Responsáveis por cartórios vêm a Brasília fazer pressão pela aprovação da PEC
Lúcio Vaz
Publicação: 04/10/2009 09:27 Atualização: 04/10/2009 09:45 Representantes da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg) e responsáveis por cartórios que estiveram em Brasília nas últimas semanas tentam reforçar a tese de que os concurseiros só se interessam nos cartórios mais rentáveis. Eles também argumentam que não seria justo perder o cargo após 20, 30 anos de exercício profissional, numa atividade regulamentada e reconhecida pelas legislações estaduais e pelos tribunais de Justiça. Os aprovados em concurso lembram que a Constituição de 1988 é clara ao exigir o ingresso na carreira mediante aprovação em seleção pública. E falam que muitos dos aprovados não conseguiram assumir a atividade por causa de recursos judiciais apresentados pelos titulares de cartórios.
Fernanda Wissel, 30 anos, foi aprovada em quatro concursos em quatro estados. “Até hoje, não fui chamada porque as pessoas que estão nos cartórios como interinas, mas que se consideram donas dos cartórios, fazem uma série de manobras judiciais para impedir que os concursos públicos sejam concluídos. No Espírito Santo, a seleção terminou em 2007. Até hoje, não chamaram (os aprovados) para tomar posse e essas pessoas que não fizeram concurso continuam ocupando os cartórios. A última manobra que eles têm é a aprovação dessa PEC”, afirma Fernanda.
Ana Paula Souza, responsável por um cartório no Rio Grande do Norte, afirma que, no seu estado, há muitos casos de pessoas aprovadas em concurso que não quiseram assumir a função. “Esses concursos têm um nível alto. Essas pessoas passam, mas não assumem, porque a rentabilidade desses cartórios não vale a pena”, argumenta.
Hereditariedade Defensores da PEC também apresentam como argumento questões de hereditariedade. O cartório seria uma herança do pai, que recebeu do avô. Em alguns estados, substitutos foram efetivados com base em leis estaduais. No Paraná, muitos aprovados para cartórios de pequenas e médias cidades ganharam da Justiça cartórios mais rentáveis na capital. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) cancelou todos esses atos baseados em legislações estaduais.
Depoimentos Oswaldo Hoffmann, a favor da PEC
“Eu fiz concurso em 1988, para a comarca de Paranavaí, no interior do Paraná. Fiquei lá pouco tempo. Quando abriu uma vaga num cartório grande de Curitiba, em 1989, eu pedi a remoção, tudo dentro da lei. Eu estive 20 anos legal, até junho passado, quando o CNJ baixou a Resolução nº 80, dizendo que eu não era mais legal. Ou seja, durante 20 anos os meus atos não foram questionados. Mas aí veio essa resolução autoritária. Só a partir de 1994 houve uma regulamentação federal para as transferências, e as remoções foram proibidas. Mas, antes disso, o estado do Paraná fazia a remoção e a considerava legal. No Paraná, 98% dos tabeliães estão numa situação semelhante à minha. São duzentos e poucos.”
Sérgio Cupolilo, contra a PEC
“Assumi um cartório na cidade de Campo Largo (PR), no distrito de Bateas, que é um distrito rural, com 4 mil habitantes. Lá, antes de eu assumir, o cartório só funcionava às segundas, quartas e sextas-feiras. Eu assumi, como concursado, com o compromisso de reestruturar o cartório. Abro todos os dias e informatizei o cartório. Antes, muitas coisas eram feitas à máquina, à mão. Essa história de que o concursado não quer assumir cartório pequeno é uma mentira. A renda bruta chega a R$ 4 mil por mês. A renda líquida fica por volta de R$ 1,2 mil. Vale a pena pela experiência que tenho.”
Marcelino de Oliveira, a favor da PEC
“Eu sou substituto desde 1983. Em Mato Grosso do Sul, a legislação estadual permitia que o substituto com mais de 10 nos no cargo assumisse a titularidade. E, lá na frente, através do CNJ, falam que nada está valendo. Eles contestam essa efetivação. Venho de uma família de notários e registradores. O meu avô foi o primeiro tabelião da cidade de Dourados, quanto o cartório ficava apenas em um quartinho, e ele estava lá dentro, trabalhando. Depois, o meu pai foi titular.”
Priscila de Paula, contra a PEC
“Encontrei (em Campo Largo, no Paraná) um cartório cheio de aberrações jurídicas. O antigo oficial e a filha dele, que assumiu quando ele faleceu, formada em educação física, não permitiam que as testemunhas de um casamento fossem casadas entre si. Porque para eles, quando as pessoas se casavam, viravam uma só. Então, valia como só um testemunho. Outra aberração: diversas associações que mascaravam parcelamentos irregulares do solo, registrados em pessoa jurídica, contratos registrados sob a forma de minuta. Constava assim: associação, traço, com sede na rua, traço. Cada dia que eu abro um documento é uma surpresa. O intuito lá era ganhar dinheiro, era colocar selo. Hoje, as bombas estão estourando na minha mão.”
Chamado de "pior bar do sistema solar", boteco ameaça processar blog
da Folha Online
O blog Resenha em Seis, que se propõe a avaliar "filmes, CDs, DVDs, livros, shows, botecos, restaurantes e programas de TV, sem enrolação e em seis linhas ou menos" recebeu uma notificação extrajudicial nesta terça-feira (29) por conta de uma crítica publicada sobre o Boteco São Bento (Vila Madalena, zona oeste de São Paulo).
"Caro, petiscos sem graça e, principalmente, garçons ultra-power-mega chatos", adjetiva o blogueiro e publicitário Raphael Quatrocci em seu texto. O site é organizado pelos jornalistas Bruno Garattoni, Juliano Barreto e Fernando Badô. Conta também com colaborações.
A notificação extrajudicial, enviada pelo advogado do bar, Carlos Augusto Pinto Dias, pode ser lida aqui. Nela, o estabelecimento pede que o texto sobre o boteco, o Twitter do Resenha em Seis, e os comentários postados sobre o bar sejam excluídos em 24 horas.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do local disse que os donos não querem dar entrevistas. "Estavam estudando [processar] semana passada, mas a gente não sabe direito como ficou isso."
Também enviou uma nota à redação, na qual informam que o boteco "lamenta a polêmica causada envolvendo sua imagem em torno do post publicado". "Os sócios da casa afirmam que nunca foram procurados oficialmente para dar respostas às críticas, tampouco postaram algum comentário no referido blog", diz a nota.
"O Boteco São Bento e seus fornecedores esclarecem ainda que defendem a liberdade de expressão, mas lastimam que seus esforços reconhecidos de qualidade, bom atendimento e atenção ao cliente sejam denegridos por meio de tal ação."
Após a notificação cair na internet, dezenas de críticas e xingamentos contra o bar foram postados no Twitter.
O jornalista Juliano Barreto ligou para o estabelecimento para tentar um acordo, mas ainda não obteve resposta. "Se até o Obama resolveu um problema chamando as partes envolvidas para tomar uma cerveja, por que os donos de um bar não fazem o mesmo?", questiona. http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u630810.shtml
Bar chamado de "pior lugar do mundo" em blog pede que texto seja retirado do ar
Redação Portal IMPRENSA
Um bar localizado em uma das regiões mais frequentadas da noite paulistana foi criticado pelo blog "Resenha em Seis" e reagiu notificando os responsáveis pela página para que o texto da crítica seja retirado do ar.
No texto "Boteco São Bento (o pior bar do sistema solar)", o blogueiro Rafael Quatrocci classifica o estabelecimento localizado no bairro da Vila Madalena como o "pior lugar do mundo para você ir com seus amigos, depois da Faixa de Gaza e do Acre". "Caro, petiscos sem graça e, principalmente, garçons ultra-power-mega chatos", acrescenta. O site, segundo informações da Folha Online, é organizado pelos jornalistas Bruno Garratoni, Juliano Barreto e Fernando Badô e conta também com colaborações.
Enviada pelo advogado do Boteco São Bento, Carlos Augusto Pinto Dias, a notificação extrajudicial requisita que o texto sobre o boteco, assim como o post na rede Twitter e as dezenas de comentários sobre a crítica do blog sejam excluídos em 24 horas. "O acesso a esse meio de postagem de comentários provocou inúmeros prejuízos à Dinamite Itaim Choperia Ltda (proprietária do bar), visto que ela foi alvo de injúria e difamação, além de falsidade ideológica, pois pessoas desconhecidas se identificaram como representantes legais do Boteco São Bento por meio das postagens, inclusive por meio da seguinte denominação: 'ADM. Boteco São Bento disse...'", explicou o comunicado.
Procurada pela reportagem da Folha Online, a assessoria de imprensa do estabelecimento declarou que os donos não querem comentar o caso. Em nota à redação, os responsáveis pelo bar disseram que lamentam a polêmica causada "envolvendo sua imagem em torno do post publicado". "Os sócios da casa afiram que nunca foram procurados oficialmente para dar respostas às críticas, tampouco postaram algum comentário no referido blog", salienta a nota.
"O Boteco São Bento e seus fornecedores esclarecem ainda que defendem a liberdade de expressão, mas lastimam que seus esforços reconhecidos de qualidade, bom atendimento e atenção ao cliente sejam denegridos por meio de tal ação".
O jornalista Juliano Barreto procurou o estabelecimento para tentar um acordo, mas ainda não obteve resposta. "Se até o Obama resolveu um problema chamando as partes envolvidas para tomar uma cerveja, por que os donos de um bar não fazem o mesmo?", questiona. http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2009/09/29/imprensa31094.shtml
“O Pior Bar do Sistema Solar” por Raquel Costa
E surge um novo case de como “não se deve fazer na internet” para a gente contar e recontar aos quatro cantos e a quem interessar.
Tudo começou com uma simples resenha de seis linhas. Sim, seis linhas. O redator e blogueiro Raphael Quatrocci (Fernando Badô) fez, como de costume, uma resenha do que achou de um bar na Vila Madalena. Com um linguajar coloquial, típico da moçada, registrou no dia 25 de setembro seus dissabores com o tal bar. Criticou o chopp, a insistência e a cara feia dos garçons, o péssimo atendimento do local.
Até aí tudo bem. Certo? Errado. O fato é que apareceu alguém lá no blog se dizendo funcionário do bar, fez crítica à resenha e ameaçou processar o blog.
Depois disso, uma enxurrada de comentários apareceu em defesa do blog, pico de acessos, posts no twitter, comentários de clientes (do bar) insatisfeitos, vídeo no youtube, matérias em portais de grande audiência e afins.
Resumo: o bar enviou uma notificação extrajudicial e o blog teve que retirar a crítica do ar.
“Pessoal,
Uma grande oportunidade de melhorar os serviços foi desperdiçada. É uma pena. Claro que certamente é mais fácil calar as críticas e fingir que tudo está bem do que melhorar.
Ainda que com a consciência de não ter feito absolutamente nada de errado, não temos nenhuma intenção de entrar numa batalha jurídica - que, dependendo do caso, deve ser mais fácil de levar do que investir na qualidade do serviço.”
Pergunta: O que os donos do bar e seus advogados pretendiam com isso? Será que cessar a discussão? Bem provável, mas se enganaram! O que eles fizeram foi justamente o contrário, colocaram mais lenha na fogueira.
Agora, além dos clientes insatisfeitos, surge um batalhão de pessoas que não conhece o bar mas discorda da postura agressiva e autoritária de seus donos. E um post aparentemente simples, em um blog com baixa audiência, gerou um prejuízo incalculável.
O que as empresas precisam entender é que as mídias sociais possibilitam que pequenos grupos se manifestem e ganhem voz facilmente. E que no mundo digital, a reputação das empresas depende muito de como elas se relacionam, do que dizem, das percepções que criam e, principalmente, de suas atitudes. Neste caso, o bar deveria ter se colocado a disposição do blogueiro para entender o que aconteceu, aceitar e identificar os possíveis erros e, ainda, aproveitar a ocasião para melhorar seus serviços e transformar uma crítica em percepções positivas para a marca.
Uma pena, agora já é tarde! http://updateordie.com/updates/geral/2009/09/o-pior-bar-do-sistema-solar/
Sindicatos pedem rapidez na votação da redução de trabalho
Representantes de centrais sindicais se reuniram na manhã de hoje (6) com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). No encontro, os sindicalistas pediram agilidade na votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada de trabalho semanal de 44 para 40 horas. A proposta aguarda votação em plenário.
Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, Temer sugeriu que o texto seja discutido em comissão geral antes de ser apreciado. A expectativa dos sindicalistas é de que a PEC seja votada na primeira semana de setembro.
Para instituições de ensino, maior dificuldade seria identificar os responsáveis por constrangimento
BLUMENAU - Proibidos dentro das instituições de Ensino Superior e coibidos até com apoio de policiais, os polêmicos trotes agora recebem a atenção da Assembleia Legislativa. Um projeto de lei complementar, apresentado pelo deputado blumenauense Ismael dos Santos (DEM), pretende impedir que alunos participantes do ritual de passagem concorram e recebam bolsas do Artigo 170, pagas pelo Estado. Nas três maiores instituições de Blumenau, 1.173 alunos recebem o benefício, que pode representar um desconto de 50% a 100% no valor da mensalidade.
De acordo com o projeto, alunos que coordenarem, incentivarem ou praticarem trote, ofendendo a integridade física ou psicológica e gerando constrangimento aos calouros ficarão sem receber benefícios da bolsa durante 10 anos. A sugestão já passou pela Comissão de Constituição e Justiça do Legislativo estadual e depende do parecer da Comissão de Educação para ir à votação. O democrata já comemora:
– Entendemos que não é moral um aluno financiado com o recurso do cidadão catarinense colocar outros alunos em situação de constrangimento – defende o deputado.
Instituições universitárias de Blumenau têm dúvidas sobre a viabilidade do projeto. De acordo com o gerente de Ensino do Ibes/Sociesc, Anselmo Medeiros, a temática da proposta pode causar impacto na comunidade acadêmica, mas considera a perda da bolsa uma pena branda para situações de violência:
– Só não sei se o projeto é viável, primeiro pela antecipação da pena, que deveria ser dada por um juiz, e segundo pela falta de objetividade para identificar os culpados.
A mesma dúvida tem a Coordenadoria de Apoio ao Estudante, da Furb, instituição que proíbe o trote desde 1994. A assistente social Adriana de Carli Deggerone questiona como será a identificação dos alunos que fizerem o trote. Além disso, afirma que trote e bolsas universitárias são temas muito distintos para serem relacionados diretamente:
– É preciso amadurecer a ideia. O trote precisa ser inibido, sim, mas talvez essa não seja a saída viável – comenta.
A Uniasselvi não se posicionou sobre o projeto de lei, mas reforçou, por meio do superintendente de Ensino, Francisco Fronza, seguir as normas de conduta da instituição, que proíbe a prática de trotes dentro ou nas imediações dos campi.
giovana@santa.com.br
wania@santa.com.br GIOVANA PIETRZACKA E WANIA BITTENCOURT http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,181,2557109,12589
Medalhista olímpico francês cogita boicote após aprovação de supermaiôs
Das agências internacionais Em Paris (FRA) e Berlim (ALE) O atual medalhista de prata olímpico nos 50 metros livre, Amaury Leveaux, cogitou boicotar o Campeonato Mundial de natação nesta quinta-feira, como forma de protesto pela aprovação do uso de maiôs de poliuretano, inclusive o famoso Jaked 01, grande objeto de polêmica na modalidade. A Federação Internacional de Natação (Fina) autorizou o uso dos trajes responsáveis por diversas quebras de recordes nos últimos meses.
A relação de maiôs válidos para a temporada 2009 foi divulgada na última segunda-feira e já será aplicada no Mundial de Roma, que será disputado entre os dias 26 de julho e 2 de agosto. E está é justamente a competição que Leveaux ameaça não disputar.
"Se nada mudar, é possível que diga: 'não, eu não vou nadar'. Por respeito ao meu patrocinador, eu não vou vestir nenhum maiô. Eu prefiro entrar de férias, descansar e desejar boa sorte para quem irá disputar", ironizou o francês em entrevista ao jornal L'Equipe.
O Jaked 01, principal alvo de crítica de Leveaux, foi usado por nadadores que bateram recordes mundiais este ano. O modelo é fabricado em poliuretano, um material impermeável que favorece a flutuabilidade. No dia 1º de janeiro de 2010, entrará em vigor uma nova regulamentação que, a princípio, deverá proibir o uso de poliuretano.
Alemã bate recorde nos 100m livre
A alemã Britta Steffen bateu nesta quinta-feira o recorde mundial dos 100m livre ao nadar a distância em 52s85 e melhorou em três centésimos a marca da australiana Lisbeth Tricket. Steffen atribuiu a nova marca, conquistada nas eliminatórias do campeonato nacional em Berlim, ao seu maiô e minimizou a importância da conquista.
"Não estou muito eufórica porque já caíram muitos outros recordes mundiais', disse Steffen. "No próximo ano, o maiô já não será permitido, o que será bom, porque esta guerra de materiais acaba com a natação", opinou a nadadora.
http://esporte.uol.com.br/natacao/ultimas/2009/06/25/ult77u2374.jhtm O Jaked 01 é borracha pura, difícil e demorado de vestir (não desliza na pele), também é caro até para atletas que tem um bom patrocínio. Pelos resultados apresentados está compensando usar. Sugestão: todo mundo de sunga e que vença o mais preparado! Natação está virando Fórmula 1. O Jaked 01 está como o difusor da Brawn na natação. (TSN)
Criador de supermaiô critica veto e fala em "mudar de esporte"
por ESPN.com.br, com Agência GE
No momento em que começou a levar os filhos Giacomo e Edoardo para a piscina, o italiano Francesco Fabbrica, 50 anos, passou a se interessar pela natação. Com experiência na confecção de tecidos técnicos, ele resolveu desenvolver um maio e criou a Jaked, fabricante de trajes que revolucionou a natação.
Diante da polêmica criada com a avalanche de recordes, a Federação Internacional de Natação (FINA) resolveu proibir os maiôs em poliuretano e liberar apenas os de material têxtil a partir do próximo dia 1º de janeiro. Criador do traje da moda, Fabbrica criticou a medida.
"Pretendem retroceder? Pois vão ter que retroceder 15 anos, porque em 1996 Ian Thorpe usou pela primeira vez um traje de corpo inteiro com tratamento para repelir a água. Se não se admite o progresso, então mudaremos de esporte", declarou o italiano em entrevista ao jornal Marca.
Fabbrica elogiou o Mundial de Roma, encerrado no último domingo, que registrou 43 recordes mundiais, maior número da história do torneio, e foi marcado pela utilização dos maiôs de última geração. Campeão dos 50m e 100m livre, o brasileiro César Cielo nadou com um traje da Arena.
"A tecnologia existe para ser usada, independente da marca que desenhe o maiô. O Mundial de Roma foi um espetáculo para o público. Parece que querem tirar da natação esse conceito de espetacularidade que todos nós conseguimos criar", declarou o empresário.
Ele admite que a peça pode trazer vantagens ao nadador, mas garante que o resultado final não depende dela. "O traje pode ser uma ajuda, de fato nós trabalhamos nisso, mas não é determinante. Podem acontecer algumas surpresas, mas no final sempre ganha o mais forte", disse.
Fabbrica criou o projeto em 2007 e realizou os primeiros testes na piscina onde seus filhos nadavam. Diante dos bons resultados, ele acelerou os trabalhos visando os Jogos de Pequim. "Nunca pensamos que poderíamos chegar nesse ponto em tão pouco tempo", confessa.
Ele nega que seus maiôs sejam uma evolução dos trajes tecnológicos que já existiam e dispara contra os críticos. "É um problema de ignorância, no sentido de que desconhecem nossos materiais e nosso processo de fabricação. O poliuretano não é borracha", argumentou.
Fabbrica não acredita na possibilidade de todos os nadadores usarem o mesmo traje e garante que sempre são as federações e nadadores que entram em contato em busca dos seus maiôs. Ele ainda desmentiu que os Jaked têm curta vida útil e assegurou que as peças podem ser usadas em mais de 20 provas em perder a eficiência.
O nome da empresa foi inspirado em Giacomo e Edoardo. O menor, inclusive, desenhou o logotipo da organização. Apesar do começo humilde, Fabbrica não hesita ao afirmar que rompeu o equilíbrio que existia no mercado. Mesmo com a proibição da FINA, ele pretende continuar seu trabalho.
"Estamos preparados para o que vier. Desde que acabamos o Jaked 01, começamos e investigar e desenvolver novos modelos. Até que a proibição seja oficializada, devo pensar que nossos trajes são completamente legais. Provavelmente, as regras mudem em 2010, mas para nos a FINA ainda não disse nada", finalizou.
Confirmada pena de morte de magnata por morte de cantora
Suzanne Tamim foi encontrada decapitada e com várias marcas de facadas no corpo em seu apartamento em Dubai
AFP
Um tribunal Egípcio confirmou hoje a pena de morte emitida há um mês contra o magnata e funcionário de alto escalão do governo do Egito Hisham Talaat Mustafa, considerado o mandante do assassinato da cantora libanesa Suzanne Tamim, degolada em Dubai no dia 28 de julho de 2008.
A confirmação da sentença aconteceu depois de o mufti do Egito, a maior autoridade religiosa do país, assinar a sentença que o mesmo tribunal tinha ditado em 21 de maio.
Também foi confirmada a pena de morte na forca de Mohsen al-Sukari, um antigo oficial das forças de segurança egípcias acusado de ser o autor do crime.
O julgamento, que começou no dia 18 de outubro do ano passado, despertou uma grande expectativa de todo o mundo árabe, e poucas semanas após seu início vários livros já tinham sido escritos sobre o assunto.
Talaat é um rico empresário de 49 anos, senador e membro dos principais órgãos do partido governante.
Chamado de "o julgamento da década" e "o julgamento do dinheiro e o poder", a imprensa árabe acompanhou de perto os instantes finais do julgamento de Talaat.
Parte da opinião pública diz que tudo faz parte de uma conspiração para simular que ninguém está acima da Justiça, enquanto outra acredita se tratar de um acerto de contas entre os altos figurões do partido governante.
Segundo a imprensa local, Talaat e Tamim eram amantes, e o egípcio pagou a Sukari cerca de US$ 1 milhão para que a matasse, depois de ela o abandonar e se mudar para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Aparentemente, Sukari viajou a Dubai com a ajuda do empresário egípcio e na manhã do crime foi à casa de Tamim fingindo ser um entregador que lhe levava um presente.
Quando a artista abriu a porta, o antigo membro das forças de segurança egípcias, que foi gravado pelas câmaras de segurança do prédio onde a vítima residia, lhe apunhalou várias vezes e a degolou.
A principal prova contra Talaat são as conversas telefônicas que teve com Sukari, gravadas pelo ex-militar para garantir sua segurança. EFE - Agência EFE
Deputados federais aprovam regularização de terras na Amazônia
A Câmara dos Deputados aprovou na noite da última quarta-feira, 13, a Medida Provisória 458/2009, que permite a regularização de terras de até 1,5 mil hectares na Amazônia. Os imóveis serão transferidos pela União aos posseiros que detinham a posse das terras até o começo de dezembro de 2004.
A regularização será feita sem licitação de forma gratuita para áreas de até um módulo fiscal. Para este caso, os parlamentares aprovam a gratuidade para o registro do título no cartório de imóveis. Os deputados aprovaram também as emendas de números 56 e 74, de autoria de deputado João Oliveira, que permite a servidores públicos dos setores não ligados ao tema fundiário, pessoas jurídicas e empresas ser beneficiados pela regularização, sob certas condições. No texto apresentado pelo governo essas categorias estavam excluídas da regularização.
João Oliveira afirmou que com a aprovação de suas emendas todas as situações de ocupação na Amazônia foram contempladas. “A Lei tem que ser em benefício de todos”, disse. Segundo o parlamentar, a medida provisória beneficiará 1,2 milhão de pessoas.
O texto aprovado pela Câmara dos Deputados segue agora para apreciação do Senado Federal, onde parlamentares, artistas, representantes de movimentos ambientalistas e líderes indígenas realizaram, no Plenário do Senado, uma vigília pela preservação da Amazônia, na madrugada de quarta.
Promovido pelas comissões Mista do Aquecimento Global, de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA), o evento recebeu apoio do movimento Amazônia para Sempre e contou com a participação da sociedade, que enviou mensagens eletrônicas e por telefone durante toda a vigília.
Os atores Christiane Torloni e Victor Fasano trouxeram abaixo-assinado com mais de um milhão e cem mil assinaturas. O documento recebeu o apoio dos presidente do Senado, José Sarney, e da Câmara, Michel Temer.
Sátira à campanha de cerveja provoca manifestação na web
Desde terça, mais de 100 pessoas enviaram mensagens no Twitter a favor de comediante carioca
Ana Freitas - estadao.com.br
SÃO PAULO - Na última semana, o site de microblog Twitter foi palco de mais uma manifestação virtual. Dessa vez, foi em defesa do humorista Ronald Rios, carioca de 21 anos, que se envolveu em um imbróglio virtual com a cervejaria Skol.
Desde terça, dia 10, mais de 100 pessoas publicaram mensagens com a tag #FREERONALDRIOS (free Ronald Rios). Os posts traziam links para um blog e uma estampa de camiseta a favor do comediante, que publicou um vídeo no YouTube parodiando uma campanha da cerveja.
Rios escreveu e, com o diretor Erik Gustavo, filmou e colocou no ar uma sátira a uma campanha oficial da Skol, na qual os humoristas Rafinha Bastos e Danilo Gentili contam piadas no formato "stand-up" e convidam os usuários da marca a fazerem o mesmo. O mote da campanha é selecionar os melhores vídeos enviados pelo público para veicular na televisão.
"Se você também tem uma história que, quando aconteceu, você pensou: 'eu ainda vou rir disso um dia', conte-a e envie o vídeo para gente!", dizem Rafinha e Gentili nos vídeos que estão no YouTube.
Veja o vídeo feito por Rafinha Bastos para a campanha:
A paródia de Rios e Gustavo foi editada visualmente para ficar idêntica aos vídeos oficiais da campanha da Skol, e isso incluía o logotipo da marca. No vídeo, Rios conta casos tristes de situações envolvendo alcoolismo, com o som de gargalhadas ao fundo no fim de cada história. "O vídeo só queria tirar sarro da campanha, não teve nem a intenção de fazer campanha antialcoolismo ou diminuir os comediantes", contou o humorista.
A sátira acabou lhe rendendo um e-mail da agência responsável pela ação, que pedia para que a imagem da Skol fosse desassociada do vídeo. "Assim que eu soube, deletei (o vídeo) imediatamente", explicou. "Depois, conversei com uns amigos que tinham passado por situações semelhantes. O que decidi fazer foi colocar uma nova versão do vídeo no ar." O novo esquete, também publicado no YouTube, mantém o mesmo texto, mas mostra Rios em um fundo verde e não faz nenhum tipo de referência à Skol ou à campanha.
Confira a paródia feita por Ronald Rios e Erik Gustavo:
Naquela terça, o comediante Rafinha Bastos, um dos participantes da campanha, disse à reportagem que ainda não havia visto o vídeo, mas que já sabia da história. Rafinha pediu explicações sobre o conteúdo do material, deu risada no telefone e disse que no lugar de Rios seria "o primeiro a fazer esse tipo de piada". "A internet é um mundo livre para tirar sarro de quem você quiser, não adianta barrar. Se ele não gostou da (minha) piada, tem que tirar sarro mesmo", argumentou. "A única coisa que acho que justifica tirar um vídeo do ar é violação de direito autoral. E sobre o vídeo do Ronald, quero ver sim, conheço ele, é um cara supercriativo", disse.
AÇÕES CONTROVERSAS
O caso rendeu críticas contra a Skol na web, que foi acusada por essa centena de blogueiros de "não saber brincar".
Não é a primeira vez que uma grande empresa tenta chegar mais perto do consumidor final através de ações em mídias sociais e enfrenta uma repercussão negativa. Recentemente, a LG e a cantora Marisa Monte também receberam reações negativas de usuários a campanhas promovidas em redes sociais. Saiba mais aqui
De acordo com Edney Souza, sócio-diretor da Pólvora, uma agência especializada em consultoria e desenvolvimento de ações em ambientes on-line, uma reação ruim não é exatamente uma surpresa.
"Você deve esperar qualquer tipo de reação. Mesmo a campanha mais legal deve ter gente falando mal", explica. Para Souza, esse é um problema comum quando as empresas desejam se aventurar numa rede social. "A publicidade tradicional não está acostumada com isso. Se o cara reclama no sofá da sala dele, isso não traz problema (para a marca). Agora, quando o cara coloca o vídeo no YouTube e chama as pessoas para assistir..."
RESULTADO
Quando procurada pela reportagem, a agência que enviou o e-mail para Rios disse que o caso deveria ser resolvido diretamente com a Ambev, dona da marca Skol.
Segundo a Ambev, em nenhum momento a empresa pediu a Rios que removesse o vídeo do YouTube. O alerta teria solicitado apenas que a paródia fosse dissociada da marca e que não desse a impressão que ele tivesse sido contratado pela empresa.
Rios nega. O humorista enviou à reportagem uma cópia do e-mail que teria recebido. Na mensagem, a agência pede para que o vídeo seja removido, devido à presença do logo da Skol e da referência ao site oficial da campanha.
De acordo com a Skol, a empresa não tem a intenção em "remediar" ou fazer uma contra-ação à campanha de usuários que criticaram a ação da cervejaria. O assessor da Ambev, Alexandre Loures, disse que não considera as reações nos blogs e no Twitter um problema. "Eu gosto mais quando há repercussão do que quando passa em ‘brancas nuvens’, na verdade. Tem muita gente bacana que escreveu sobre o assunto em tom crítico, e eu não tenho nenhuma intenção de confrontar. Liberdade de opinião é um dos valores da marca, também. Todo mundo tem direito de fazer a leitura que quiser."
Diante das críticas que acusavam a Skol de "não saber brincar", Loures disse que a questão tem a ver com as implicações judiciais que o vídeo poderia ter. "Acontece que esse mercado tem uma auto-regulamentação publicitária, e a gente tem que estar sujeito às normas. Ele pode fazer piada com a Skol do jeito que ele quiser, só não pode dar a entender que nós o contratamos para isso, se não o contratamos. Aliás, ele até seria um nome que cogitaríamos contratar", explicou.
"Ele e qualquer um pode fazer quantos vídeos da Skol quiser, estejam à vontade. A marca, quando abre essa oportunidade, busca exatamente isso. Mas por favor, não diga que é contratado da Skol, não coloque o logo da Skol ou use o site da Skol, porque aí passamos a ser responsáveis pela história."
Segundo Loures, ele e a equipe da Skol acharam o vídeo divertido. "Achamos muito legal a paródia. Ele é um cara bacana, muito inteligente, faz a coisa acontecer e busca seu espaço, só não pode mentir", disse.
Para Rios, a intenção da sátira não era ser moralista ou ironizar os comediantes. "Foi só uma piada com uma campanha de publicidade que me pareceu tola, não estava tirando sarro do ‘stand-up’ e nem criticando a cerveja. Só a campanha", disse. "Vi o vídeo no site e fiquei com a sensação de que a agência mexeu muito nas piadas", criticou.
Loures garante que as piadas foram escritas por Gentili e Rafinha, e que não houve nenhum tipo de restrição quanto ao teor delas. "Estamos começando nessa plataforma, há quem goste das piadas e quem não goste, e a tendência é com o tempo ir melhorando e 'pegando o veio'. Mas eu fiz questão de me reunir com o Rafinha na última semana, e pedir para que ele avisasse o Danilo, para dizer que eles devem fazer o texto do jeito que quiserem. Não adianta contratá-los e pedir para que eles sejam publicitários, porque vão ficar ali com aquela cara de 'coxinha'. Daí nós gastamos dinheiro à toa e eles se expõem à toa", disse.
Rios disse que o episódio foi benéfico para ele, apesar da frustração. "A reação inesperada da Skol até foi boa para mim, porque as pessoas começaram a divulgar que a agência tinha pedido para a gente tirar o vídeo do ar. Eles ficaram com a imagem de 'dono da bola', daquele que se você não brinca do jeito que ele quer, ele leva a bola embora", esclareceu Rios. E desabafou: "E eu até estou triste porque gosto da cerveja, a última coisa com que eu me preocupei foi em fazer campanha anti-álcool. Quero muito que eles gostem. Minha maior vontade é que as agências entendam que se você não quer ter esse tipo de problema, então coloca inserção no intervalo da novela."
O jogador Ronaldo virou atração nacional pelo seu desempenho nos últimos jogos, quando transmitiu a imagem de que estava renascendo das cinzas --até pouco tempo, só se falava nas suas contusões, no seu peso e, para completar, em seus escândalos sociais, metido no mundo das celebridades. A gordura era a tradução do descaso, da falta de responsabilidade, de foco. Afinal, já tem tanto dinheiro, por que se esforçar? Mas será que ele pode ser tornar um bom exemplo educativo para os jovens?
O psiquiatra Içami Tiba, especialista em educação, comentou comigo que o jogador está dando uma amostra de resiliência, ou seja, a habilidade de não perder a garra, depois dos traumas --no meu site, aprofundo o conceito de resiliência. É algo, segundo ele, que se desenvolve em casa e, depois, na escola.
É consenso entre educadores que se dissemina a chamada "Geração Tanto Faz", composta de crianças e adolescentes cercadas de proteção e, por isso, sem treino para suportar obstáculos e frustrações. Tudo tem de ser fácil e imediato --e divertido. Falar que a conquista de amanhã depende do esforço de hoje faz pouco efeito.
Criam-se assim seres fracos, sem projetos, incapazes de enfrentar desafios --portanto, dependentes.
Com seu culto às celebridades, que valem não por quanto pesam, mas pelo que aparentam, a sociedade reforça o estímulo da "Geração Tanto Faz". Gente que não fez nada vira sucesso, basta ficar uns dias no "BBB". Some-se a isso que, por falta de projetos coletivos, o consumo se transformou quase num vício, estimulando a busca do prazer imediato e descartável.
Se Ronaldo continuar nesse ritmo, treinando duro, se aplicando, acabaria sua carreira por cima. Talvez nunca mais volte à seleção --mas terá agido como educador. É muito melhor do que ser lembrado pelos escândalos sexuais.
Gilberto Dimenstein, 52, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.
Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e Recife, que me perdoe (ou não, o problema é dele), mas a atitude que tomou no caso do aborto da menina estuprada pelo padrasto leva a crer que vive nas trevas dos tempos da Inquisição. As declarações do severo guardião de Deus sobre a mãe da menina e dos médicos responsáveis pelo aborto foram absolutamente infelizes, desumanas e impiedosas. Da boca do arcebispo não saiu uma única palavra para condenar o monstro que estuprou a enteada desde os 6 anos de idade e a engravidou de gêmeos aos 9. Para ele estuprar crianças é pecado, mas do tipo leve.
Mais grave que esse tipo de violência sexual, afirma, é "o aborto, a eliminação de uma vida inocente." Por quem sois, dom José, quem é mais passível de castigo, o tarado infame ou os médicos, que, queira ou não, salvaram a vida da menina? Talvez o arcebispo não se lembre mais do que disse Cristo sobre os que atentam contra a inocência das crianças, coisa que aprendi nos velhos tempos do catecismo.
Aquela dura e impressionante condenação, aquela inapelável recomendação de que se amarrasse o tarado a uma pedra de moinho e em seguida o atirasse ao mar. Enquanto o tribunal de dom José expõe seu arcaico fundamentalismo, centenas de templos evangélicos, espíritas, umbandistas e outros menos votados seguem recolhendo legiões de ex-católicos indignados com a hipocrisia de padres e bispos que vivem num mundo irreal, absurdo e injusto.
Indiferente a isso, o arcebispo de Olinda e Recife segue acreditando que sua hóstia contém mais Deus. Lá nas alturas, rodeado de arcanjos, o Criador deve estar envergonhado do que fazem em seu nome. Cá em baixo, ficamos sem saber se devemos implorar ao diabo que proteja nossas crianças da ação criminosa e imperdoável dos padres pedófilos que nunca foram punidos pelas leis humanas e muito menos excomungados.
Os tentáculos da santíssima violação de leis e direitos
por Fatima Oliveira*
A semana passada foi repleta de temas polêmicos e angustiantes na esfera política. ''Conversadeira'' de nascença, desejo palpitar em todos. É espacialmente impossível. No aspecto pessoal, estou no olho de uma pororoca.
(...) Vide o caso da menina de Alagoinha (PE), de 9 anos, violentada pelo padrasto, que engravidou de gêmeos. Correndo risco de vida, teve o duplo direito de interromper a gravidez. Por exercer seus direitos, foi excomungada, juntamente com a mãe, os profissionais de saúde que a atenderam e todas as pessoas que a socorreram em tão dolorosa situação. Ninguém merece os delírios do arcebispo de Recife e Olinda, dom José Cardoso Sobrinho, o excomungador!
Até o presidente Lula rompeu o silêncio com que tem agraciado a sua Igreja: ''Como cristão e como católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja Católica tenha um comportamento conservador como este. Não é possível permitir que uma menina estuprada pelo padrasto tenha esse filho, até porque a menina corria risco de vida. Acho que, neste aspecto, a medicina está mais correta do que a Igreja. Eu estou dizendo que a medicina está mais correta que a Igreja, e fez o que tinha que ser feito: salvar a vida de uma menina de 9 anos''. Discurso perfeito!
Compartilho uma ponderação do dr. Roberto Arriada Lorea, juiz de direito em Porto Alegre, meu colega no Conselho Diretor da Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR): ''Merece atenção a resposta do arcebispo, quando afirma que a lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Numa democracia, a lei de Deus não pode estar acima da lei dos homens, pois é dever do Estado garantir a igual liberdade religiosa de todos os cidadãos, respeitadas a diversidade de crenças e visões de mundo, inclusive daqueles que não creem. A excomunhão, portanto, serve de alerta. Se hoje os cidadãos não precisam temer represálias religiosas quando exercem seus direitos, é porque em 1890 foi decretada a separação Estado-igrejas, garantindo-se a inviolabilidade de consciência e de crença. Antes disso, a pena de excomunhão surtia efeitos no mundo jurídico, podendo vitimar os cidadãos com a chancela do Estado-juiz.
Naquele largo período da história brasileira, fundamentalistas religiosos, como o arcebispo de Recife e Olinda, tinham muito poder, pois pecar era ilegal. Está nas mãos do Congresso Nacional preservar a separação Estado-igrejas, rejeitando a concordata assinada por Lula e Ratzinger em 2008, a qual viola o artigo 19, I, da Constituição Federal, estabelecendo uma aliança com a Igreja Católica, colocando-a acima das demais religiões professadas no Brasil, em detrimento das liberdades individuais''.
*Fatima Oliveira, Médica e escritora. É do Conselho Diretor da Comissão de Cidadania e Reprodução e do Conselho da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe. Indicada ao Prêmio Nobel da paz 2005 http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=52150
Frei Betto: Igreja está 'encastelada' e não vê a realidade
Mais do que ter dificuldade para se adaptar à realidade atual, a Igreja Católica “fica encastelada em seu principismo abstrato”. A opinião é do frade dominicano e escritor Frei Betto.
Em entrevista à repórter Michelle Amaral, do Brasil de Fato, ele comenta os dois casos recentes envolvendo representantes da Igreja Católica: a excomunhão dos envolvidos no aborto da menina pernambucana de 9 anos e o afastamento do padre Luiz Couto de suas atividades eclesiásticas em decorrência das declarações controversas às da doutrina católica
Segundo Frei Betto, tais exemplos explicam como o conservadorismo ainda defendido pela Igreja — em contrapartida à realidade do povo — contribui para o afastamento de seus fiéis. Nas duas situações, o posicionamento da Igreja causou grande polêmica.
Dom José Cardoso Sobrinho excomunhou a mãe e a equipe médica que realizaram o aborto de uma menina de 9 anos, que foi violentada por seu padrasto e acabou grávida de gêmeos. Sem considerar os riscos que a menina corria, Dom José afirmou que cumpria uma lei católica.
No caso do padre Luiz Couto, Dom Aldo di Cillo Pagotto o suspendeu do uso de Ordem até que se retrate em público sobre declarações feitas por ele em uma entrevista, na qual defende o fim do celibato, o uso de preservativos e o combate à discriminação de homossexuais. O padre é também deputado federal e atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minoria (CDHM) da Câmara dos Deputados.
Confira a entrevista.
Como o sr. avalia a posição da Igreja Católica frente a estes dois recentes casos, da excomunhão (por Dom José Cardoso Sobrinho) pelo aborto da menina de 9 anos e do afastamento do padre Luiz Couto (por Dom Aldo Pagotto) por suas declarações controvérsias ao pensamento conservador católico? Penso que demonstram a dificuldade de a Igreja Católica se adaptar à realidade atual. Comparo a atitude do arcebispo de Olinda e Recife com a de Jesus diante da mulher adúltera... Que diferença! Jesus foi capaz de compreender, perdoar, acolher.
Os médicos agiram corretamente, para salvar a vida da menina e evitar o risco de três mortes. E manifesto todo o meu apoio ao padre Luiz Couto, de quem sou amigo e admirador.
Dessa forma a Igreja se afasta da realidade vivida pelas pessoas atualmente? Sim, a Igreja fica encastelada em seu principismo abstrato, sem considerar o que a teologia chama de "moral de situação", a partir da realidade concreta. Assim, os fiéis buscam outras denominações religiosas, onde se sentem mais acolhidos pela compaixão, o perdão, a misericórdia divina manifestada através de seus pastores. A cada ano a Igreja Católica perde, no Brasil, 1% dos fiéis.
Para um católico, o que representa a excomunhão? A exclusão da instituição eclesiástica e da participação em seus sacramentos, jamais a ruptura com Deus e com o próximo.
As mudanças propostas por Luiz Couto fazem parte de um debate estabelecido por muitos segmentos da sociedade e da própria igreja. O senhor acredita que a polêmica em torno de seu afastamento, pode contribuir para que essas propostas ganhem mais força? É bom esclarecer aos leitores que o padre Luiz Couto foi suspenso de ordens — proibido de celebrar os sacramentos — por defender o fim do celibato e da discriminação aos homossexuais, bem como o uso de preservativos. Acho que ele está coberto de razão.
A Igreja teve apóstolos casados, como Pedro (Jesus curou a sogra dele), e sacerdotes casados nos primeiros séculos. A vocação ao sacerdócio não coincide necessariamente com a vocação ao celibato.
Quanto à homossexualidade, defendo que é uma tendência natural do ser humano e, como tal, deve ser respeitada, e não discriminada ou condenada como ocorria em sociedades patriarcais, machistas, como as que estão espelhadas no Antigo Testamento. E concordo com o cardeal Arns quanto ao preservativo: é um mal menor frente à epidemia que leva à morte milhões de pessoas.
E como a Igreja deveria se posicionar? Sempre em favor da vida e do amor, como o que une um casal do mesmo sexo.
De que forma a Teologia da Libertação contribui para as mudanças na forma de se praticar o cristianismo da Igreja Católica? A Teologia da Libertação faz uma nova leitura das fontes da revelação cristã, como o Bíblia e a tradição da Igreja, assim como fizeram Santo Agostinho, no século 4, e Santo Tomás de Aquino, no século 13.