quinta-feira, 25 de junho de 2009

Deputado quer cancelar bolsa de quem faz trote

Deputado quer cancelar bolsa de quem faz trote

Para instituições de ensino, maior dificuldade seria identificar os responsáveis por constrangimento

BLUMENAU - Proibidos dentro das instituições de Ensino Superior e coibidos até com apoio de policiais, os polêmicos trotes agora recebem a atenção da Assembleia Legislativa. Um projeto de lei complementar, apresentado pelo deputado blumenauense Ismael dos Santos (DEM), pretende impedir que alunos participantes do ritual de passagem concorram e recebam bolsas do Artigo 170, pagas pelo Estado. Nas três maiores instituições de Blumenau, 1.173 alunos recebem o benefício, que pode representar um desconto de 50% a 100% no valor da mensalidade.

De acordo com o projeto, alunos que coordenarem, incentivarem ou praticarem trote, ofendendo a integridade física ou psicológica e gerando constrangimento aos calouros ficarão sem receber benefícios da bolsa durante 10 anos. A sugestão já passou pela Comissão de Constituição e Justiça do Legislativo estadual e depende do parecer da Comissão de Educação para ir à votação. O democrata já comemora:

– Entendemos que não é moral um aluno financiado com o recurso do cidadão catarinense colocar outros alunos em situação de constrangimento – defende o deputado.

Instituições universitárias de Blumenau têm dúvidas sobre a viabilidade do projeto. De acordo com o gerente de Ensino do Ibes/Sociesc, Anselmo Medeiros, a temática da proposta pode causar impacto na comunidade acadêmica, mas considera a perda da bolsa uma pena branda para situações de violência:

– Só não sei se o projeto é viável, primeiro pela antecipação da pena, que deveria ser dada por um juiz, e segundo pela falta de objetividade para identificar os culpados.

A mesma dúvida tem a Coordenadoria de Apoio ao Estudante, da Furb, instituição que proíbe o trote desde 1994. A assistente social Adriana de Carli Deggerone questiona como será a identificação dos alunos que fizerem o trote. Além disso, afirma que trote e bolsas universitárias são temas muito distintos para serem relacionados diretamente:

– É preciso amadurecer a ideia. O trote precisa ser inibido, sim, mas talvez essa não seja a saída viável – comenta.

A Uniasselvi não se posicionou sobre o projeto de lei, mas reforçou, por meio do superintendente de Ensino, Francisco Fronza, seguir as normas de conduta da instituição, que proíbe a prática de trotes dentro ou nas imediações dos campi.

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GIOVANA PIETRZACKA E WANIA BITTENCOURT
http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,181,2557109,12589

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