Serei curto e grosso. O programa Fantástico, da Rede Globo, veiculou, neste último domingo, pouco depois das 22 horas, um quadro sobre “como agir diante do desemprego”, no qual fez dois fortes ataques ao presidente Lula, ainda que dissimulados, e promoveu o maior alarmismo social que já assisti em minha vida numa televisão aberta, e num horário que permitiu àquele absurdo atingir dezenas de milhões de famílias brasileiras.
Por Eduardo Guimarães, no blog Cidadania.Com
O quadro começa com a apresentadora do programa dizendo que, “O que era para ser marolinha, virou tsunami”. Em seguida, um “especialista” diz que, “ao contrário do que dizem as autoridades, a crise é nossa, também”, insinuando que haveria culpa do governo Lula pela crise. Além disso, a reportagem mostrou cenas tristes de pessoas demitidas, cenas que mesmo nos momentos de maior euforia econômica de um país, sempre serão tristes.
A reportagem apresentou uma redução na criação de vagas em novembro e o aumento de demissões em dezembro como provas da crise de desemprego em massa que teria se abatido sobre o país. Escondeu que o número de 40 mil vagas em novembro não foi perda, mas diminuição na CRIAÇÃO de vagas, e que as 600 mil vagas que mencionou em dezembro não são a diferença entre admissão e demissão de empregados, mas o número total dos que perderam emprego. O saldo de demissões e admissões seria uma fração desse número.
Bem, não há muito mais o que dizer. À esta altura, dezenas de milhões de famílias estão achando que há uma terrível crise de desemprego em massa no Brasil. O mercado de carros novos será o mais afetado. O Fantástico recomendou que esse tipo de compra seja postergada e, como se sabe, o que poderia suspender as demissões na indústria automobilística seria o aumento do consumo que começou a ocorrer depois de medidas do governo como suspensão do IPI dos carros novos.
O Fantástico não deu voz a nenhuma das “autoridades” que criticou e ainda escondeu os relatórios animadores de organismos multilaterais como o FMI, o Banco Mundial ou a OCDE que colocam o Brasil como a economia mais preparada do mundo para enfrentar a crise. Enfim, o objetivo foi sonegar informações ao público, gerar desmoralização do governo Lula e pânico entre a população. Tudo pela menor crise de desemprego da história, que inclusive ocorre no momento em que o nível de emprego no Brasil está em seu patamar mais alto.
Nós mesmos, pouco podemos fazer. Estamos falando de um programa da Globo que é campeão de audiência há quase 40 anos. Nessa noite desse programa nefasto, dezenas de milhões de brasileiros terão ido dormir ansiosos, preocupados e até desesperados, e por muito pouco.
Só há uma pessoa neste país que pode dar uma resposta a esse verdadeiro ato de terrorismo: Luiz Inácio Lula da Silva.
Se Lula, agora, não tomar uma atitude dura, se não mostrar que pretende enfrentar tentativas, não de sabotagem política, mas de literal sabotagem da economia de todo um país, será cúmplice de todos os danos que esse terrorismo de punhos de renda causar. O presidente Lula tem o dever de falar à nação em rede nacional de rádio e tevê e dizer claramente tudo que eu disse aqui, no mínimo. Se não fizer isso, este país estará frito.
Veja o que saiu no site do Fantastico
http://www.g1.com.br/fantastico
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL961476-15605,00-O+QUE+FAZER+NA+HORA+DO+APERTO+NO+TRABALHO.html
Que era apenas uma marolinha, virou tsunami.
A crise financeira que começou nos Estados Unidos já está tirando há muito tempo o sono dos brasileiros.
Em novembro do ano passado, o país perdeu 40 mil postos de trabalho. Em dezembro, o número de pedidos de seguro-desemprego aumentou mais de 50% no estado de São Paulo. O que fazer nessa hora de aperto?
“Foi de manhã. Eu estava na minha sala, trabalhando”, lembra o funcionário de mineradora Luiz Citty, que está desempregado.
“De repente chegou o nosso chefe com uma folha”, conta a metalúrgica
Silvânia Barbosa, desempregada.
“E falou que eu estaria dispensado”, diz Djoaquim Gomes Neto, outro funcionário de mineradora, também desempregado.
“A gente fica meio, meio sem...”, acrescenta Luiz Citty, funcionário de mineradora desempregado.
“Aí eu perguntei por que, e ele falou assim: ‘Não, isso é por causa da crise. A crise te pegou’", diz Joaquim Gomes Neto, funcionário de mineradora, desempregado.
“Já passamos da fase em que nossas autoridades insinuaram que a crise era dos outros. Todos nós já estamos convencidos de que a crise é nossa também”, lembra o consultor de carreiras Max Gehringer.
“Os números são muito, muito preocupantes”, alerta o economista da USP
Hélio Zylberstajn.
Mais pessoas estão pedindo seguro-desemprego e atrasando as dívidas.
“E de repente está batendo a insônia. Meia-noite, uma hora, pensando: ‘O que eu vou fazer? E a minha casa? E o meu quarto, que eu tanto sonhei?’", conta a metalúrgica Silvânia Barbosa.
Em novembro de 2008, o país perdeu 40 mil empregos formais.
“E agora dezembro a gente deve estar perdendo, segundo o governo, 600 mil vagas”, diz Hélio Zylberstajn.
Portanto, se você está preocupado com o seu trabalho, atenção para as dicas:
A primeira: não mude de emprego agora. Mesmo que você tenha bons motivos para mudar, seja paciente e aguarde a tormenta passar. Quando ocorrem demissões, os empregados mais recentes são os primeiros na fila dos demitidos, porque o custo da demissão é mais baixo.
A segunda: concentre suas energias em suas tarefas. A pior coisa que pode acontecer em um momento de crise é criar uma situação interna ruim, através de boatos e diz-que-diz.
E a terceira: não seja pessimista, mas não exagere no otimismo. Não é preciso deixar de comer ou de se divertir com a família, mas é prudente evitar fazer dívidas pesadas e de longo prazo.
Para Luiz, o corte no orçamento foi radical.
“Eu cancelei plano de saúde da minha mãe. Minha mãe tem 76 anos”, lembra Luiz Citty.
Luiz tinha 25 anos de serviço em uma grande mineradora em Itabira, Minas Gerais, empresa que demitiu 1,3 mil funcionários em todo o mundo.
“Eu sinto uma tristeza profunda. Acordo de manhã, não tenho nada o que fazer. Fico olhando para o tempo. É como se a gente fosse um material de desgaste. Desgastou, joga fora. É assim que estou me sentindo nesse momento”, Luiz Citty.
“Com essa crise agora, quem vai dar emprego a uma pessoa igual a mim? No meu caso tenho 49 anos”, questiona Joaquim Gomes Neto.
Joaquim trabalhava havia 30 anos na mesma mineradora de Luiz. Ele se sente frustrado por não poder bancar a festa de 15 anos da filha.
“Eu quero uma festa, só que eu não sei se vai poder fazer. Por causa agora que ele não trabalha mais”, conta Patrícia Adriely Gomes, filha de Joaquim.
O importante nesse momento é não se culpar.
“É um problema econômico, não se deprima, não desanime. Mantenha a esperança, a auto-estima, o bom humor e vamos à luta”, aconselha Hélio Zylberstajn.
E agora, uma dica para quem perdeu o emprego: depois de solicitar o seguro-desemprego, não fique parado. Surgir a possibilidade de um serviço temporário ou como autônomo, aceite, mesmo que seja em outro ramo de atividade.
Na hora de voltar a contratar, e essa hora chegará, as empresas vão dar preferência a quem não se deixou abater pela crise.
Mesmo obrigada a interromper a reforma da casa que divide com o filho, a nora e a neta de 3 anos na comunidade de Heliópolis, São Paulo, Silvânia não desanima.
“Não vou chorar. Se é uma crise, então a gente vai enfrentar a crise. Todo mundo vai enfrentar”, comenta Silvânia Barbosa.
A situação pode melhorar ainda este ano.
“A gente precisa ficar olhando o que vai acontecer com o pacote que o presidente Obama vai anunciar e pôr em prática. Se esse pacote der certo, eu acredito que no segundo semestre, mais para o final de 2009, nós vamos ter os primeiros sinais de alguma recuperação”, explica Hélio Zylberstajn.
Enquanto isso, a estratégia de entidades como a Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, é negociar com sindicatos a redução de jornada de trabalho e salários em 25%. Uma proposta dentro da lei, mas polêmica, porque não tem qualquer garantia de estabilidade.
“Nós não estamos falando de garantia de emprego, porque isso não está na lei do país”, lembra o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
O melhor caminho em uma situação de crise seria a negociação de horários e salários mais flexíveis por um período determinado, vamos dizer seis meses. Seria bom para as empresas, que não teriam custos de demissão, e para os empregados, que manteriam o emprego.
Brasil gera mais de 1,45 milhão de empregos formais em 2008
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20.01.2009
http://port.pravda.ru/busines/20-01-2009/25883-brasilempregos-0
Foram gerados 1.452.204 empregos formais no ano de 2008, o que representou um crescimento de 5,01% no estoque de assalariados celetista em relação a dezembro de 2007. Mais pessoas desfrutando de benefícios como 13º salário, férias remuneradas, FGTS e acesso ao seguro-desemprego. Em termos absolutos, este foi o terceiro melhor resultado da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado esta segunda-feira (19) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
Os recordes anteriores foram em 2007 (1.617.392 postos) e 2004 (1.523.276 postos). O desempenho mais modesto em 2008 reflete os efeitos negativos da crise financeira internacional sobre o mercado de trabalho, vislumbrados em outubro e confirmados nos meses de novembro e dezembro. No último mês do ano, foram fechados 654.946 postos. O Brasil possui hoje em estoque 30.418.394 trabalhadores formais, sendo que 7.720.972 postos só entre 2003 e 2008.
“Um momento de crise não é momento de retirar direitos dos trabalhadores. Precisamos chegar a um acordo que não prejudique os trabalhadores. O Brasil, que pertence ao contexto globalizado, sofreu em dezembro com a crise. Já conversei com o presidente Lula sobre novas medidas que poderão ser adotadas para defender os trabalhadores, que têm como foco a geração de emprego”, destacou o ministro Lupi.
Setores – Todos os setores apresentaram crescimento no nível de emprego em 2008. Em termos absolutos, Serviços, com o aumento recorde de 648.259 postos de trabalho (+5,67%), liderou a geração de postos com carteira assinada no período. Em seguida vêm os setores do Comércio (+382.218 postos; +5,91%); da Construção Civil (+197.868 postos; +12,93%) - resultado recorde da série do período e a maior taxa de crescimento dentre todos os setores -; e da Indústria de Transformação (+178.675 postos ou +2,55%).
A agricultura, ao responder pela elevação de 1,22% ou acréscimo de 18.232 empregos, apresentou um comportamento mais modesto, mas sinaliza a manutenção da trajetória de recuperação verificada em 2006 (+6.574 postos ou +0,45%), quando comparado ao mesmo período de 2005 (-12.878 postos ou -0,87%) e confirmada em 2007 (+21.093 postos ou +1,43%).
Regiões - Em termos geográficos, os dados mostram expansão generalizada do emprego. Nas grandes regiões verificou-se o seguinte comportamento: Sudeste (+840.299 postos ou + 5,21%), o segundo melhor resultado, superado pelo ocorrido em 2007 (+949.797 postos ou +6,25%); Sul (+275.363 postos ou + 5,12%); Nordeste (+203.617 postos ou +4,82%), a segunda maior geração de empregos, muito próxima do recorde registrado em 2007 (+204.310 postos ou +5,08%); Centro-Oeste (+106.351 postos ou +5,26%), o segundo maior saldo do período, menor apenas que o verificado em 2004 (+111.302 postos ou +6,48%) e Norte (+26.574 postos ou +2,20%).
Dezembro de 2008 - No mês de dezembro verificou-se redução de 654.946 postos de trabalho, queda de 2,11%, tomando como referência o estoque do mês anterior. Tradicionalmente, os dados do Caged evidenciam uma marcada sazonalidade negativa (entressafra agrícola, término do ciclo escolar, esgotamento da bolha de consumo no final do ano, fatores climáticos) no mês de dezembro, que permeia quase todos os subsetores de atividade econômica e estados.
Além dos fatores sazonais, o comportamento do emprego no mês de dezembro também é alimentado por fatores conjunturais que amenizam ou acentuam a sazonalidade negativa presente no mês. Em dezembro do ano passado, todos os subsetores e Unidades da Federação apresentaram declínios acentuados no nível de empregos. Em termos setoriais, a Indústria de Transformação (-273.240 postos ou -3,67%); a Agricultura (-134.487 ou -8,14%); os Serviços (-117.128 postos ou -0,96%) e a Construção Civil (-82.432 postos ou 4,55%) foram os principais setores responsáveis pelo declínio do emprego no mês. Quanto aos estados, os que mostraram as maiores quedas foram: São Paulo (-285.532 postos ou -2,74%), Minas Gerais (-88.062 postos ou -2,64%), Paraná (-49.822 postos ou -2,36%), Santa Catarina (-27.843 postos ou -1,78%) e Rio Grande do Sul (-27.678 postos ou -1,33%).
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
http://port.pravda.ru/busines/20-01-2009/25883-brasilempregos-0
Combate à crise
BB e Caixa vão exigir contrapartida de emprego em novos financiamentos públicos
Publicada em 20/01/2009 às 23h57m
O Globo
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/01/20/bb-caixa-vao-exigir-contrapartida-de-emprego-em-novos-financiamentos-publicos-754066532.asp
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinará, na quinta-feira, aos dirigentes do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal, que passem a exigir contrapartidas de geração e manutenção de emprego nos novos financiamentos públicos, mostra reportagem de Geralda Doca, na edição desta quarta-feira, do Globo. A contrapartida valeria mesmo para os recursos do Tesouro Nacional, com taxas de juros mais baixas que as cobradas pelo mercado, informou fonte do primeiro escalão do governo.
Em encontro de cerca de três horas com dirigentes das centrais sindicais , na segunda-feira, Lula, que está determinado a agir para evitar que o desemprego suba ainda mais, prometeu que as novas desonerações de tributos em estudo pelo governo terão como contrapartida a manutenção dos empregos. Ou seja, as empresas só poderão se beneficiar da redução de impostos e contribuições se garantirem que não demitirão pessoal. Lula avaliou como positiva a reunião com seis centrais sindicais.
Nos empréstimos com recursos do Fundo Amparo ao Trabalhador (FAT) e do FGTS, já existe uma orientação nesse sentido do Ministério do Trabalho. Porém, somente o BNDES estaria cumprindo a exigência. Agora, BB e Caixa também terão de seguir o exemplo. Além disso, deverá ser publicada nesta quarta-feira, no Diário Oficial da União, uma portaria com nomes do grupo de acompanhamento que vai fiscalizar a aplicação dos recursos dos dois fundos do trabalhador, juntamente com o compromisso dos tomadores com a geração de emprego.
Segundo interlocutores do Palácio, o presidente Lula teria ficado irritado com o ministro Guido Mantega porque a Fazenda não exigiu contrapartida de manutenção de empregos das montadoras ao conceder redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis .
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