Bomba na China
A bomba já explodiu na China e fez uma nação de mais de 180 milhões de pessoas feridas. De nada adiantou o rígido esquema de segurança, caras feias e o dialeto do ‘não pode’. O estrago não foi, está sendo grande. O ‘time Brasil’, como é chamada pelo Comitê Olímpico Brasileiro a delegação nacional, contabiliza erros, se deixa afetar pelo desequilíbrio emocional e fica feliz em comemorar terceiros, quartos...sétimos lugares. A atleta do salto com vara, Fabiana Mauren, perdeu a possibilidade de disputar medalhas por falta grave de comissão chinesa e aceita com passividade a sumiço da vara, da maior vara que ela tinha selecionado para seu salto. Brigar agora vai resolver alguma coisa?
Na ginástica olímpica nem preciso comentar, né? Bem, se os atletas que me fizeram deixar o sono de lado para prestigiar a competição se satisfazem com os resultados, eu só lamento, pois os três finalistas individuais são atletas medalhistas mundiais e na hora ‘H’ cometem erros primários. Treinam todos os dias as mesmas coisas.
Enquanto Daiane dos Santos passou anos ensaiando ginga ao som de Brasileiro, russas, norte-americanas, romenas, japonesas e chinesas, se dedicaram ao básico e o fizeram bem feito. Era só isso, fazer com segurança os exercícios exigidos e que realmente contam pontos.
Nosso cavalo paraguaio – aquele que só tem arranque – vai perdendo fôlego. Com algumas exceções pontuais, vôlei de quadra e de praia e o futebol feminino e masculino, o time Brasil faz bonito quando ainda é permitido errar e erra quando não se pode mais. Temos a cultura ainda de que mais vale competir e trazer a ‘medalha de latão’, do que competir até o fim por um lugar no podium. Não se pode contentar com bronze, depois de uma vida dedicada ao esporte. Nem nosso atletismo apareceu até agora. Só o judô trouxe três medalhas de bronze, mas o que valeu foi o desabafo do judoca Eduardo Santos, que disse “não tive competência”. Bem ao contrário do ginasta que ainda hoje diz “não saber o que aconteceu”. Já o ouro de Cesar Cielo Filho tem gosto de diamante. Entre gigantes da natação conseguiu, com sua determinação, trazer até então nossa única medalha. Enquanto a mídia (leia-se rede Globo) só falava em Thiago Perreira, Cielo foi lá e faz nosso hino tocar. Aliás, a Globo nunca investiu tanto numa cobertura olímpica, sem ter muita notícia boa dos nossos atletas, resta falar das curiosidades chinesas, voar de balão........
O Brasil pelo visto deve se contentar com um único recorde: Levou a Pequim a maior delegação da história da participação brasileira em Jogos Olímpicos: 469 integrantes, sendo 277 atletas em 32 modalidades. Em Atenas 2004, o Brasil competiu com 247 atletas em 28 modalidades. Ou seja, revezando as trigésimas e quadragésimas posições, certamente esta também deve ser o do maior fiasco da nossa história.
MARIANNA PERES é editora de Economia do Diário
A bomba já explodiu na China e fez uma nação de mais de 180 milhões de pessoas feridas. De nada adiantou o rígido esquema de segurança, caras feias e o dialeto do ‘não pode’. O estrago não foi, está sendo grande. O ‘time Brasil’, como é chamada pelo Comitê Olímpico Brasileiro a delegação nacional, contabiliza erros, se deixa afetar pelo desequilíbrio emocional e fica feliz em comemorar terceiros, quartos...sétimos lugares. A atleta do salto com vara, Fabiana Mauren, perdeu a possibilidade de disputar medalhas por falta grave de comissão chinesa e aceita com passividade a sumiço da vara, da maior vara que ela tinha selecionado para seu salto. Brigar agora vai resolver alguma coisa?
Na ginástica olímpica nem preciso comentar, né? Bem, se os atletas que me fizeram deixar o sono de lado para prestigiar a competição se satisfazem com os resultados, eu só lamento, pois os três finalistas individuais são atletas medalhistas mundiais e na hora ‘H’ cometem erros primários. Treinam todos os dias as mesmas coisas.
Enquanto Daiane dos Santos passou anos ensaiando ginga ao som de Brasileiro, russas, norte-americanas, romenas, japonesas e chinesas, se dedicaram ao básico e o fizeram bem feito. Era só isso, fazer com segurança os exercícios exigidos e que realmente contam pontos.
Nosso cavalo paraguaio – aquele que só tem arranque – vai perdendo fôlego. Com algumas exceções pontuais, vôlei de quadra e de praia e o futebol feminino e masculino, o time Brasil faz bonito quando ainda é permitido errar e erra quando não se pode mais. Temos a cultura ainda de que mais vale competir e trazer a ‘medalha de latão’, do que competir até o fim por um lugar no podium. Não se pode contentar com bronze, depois de uma vida dedicada ao esporte. Nem nosso atletismo apareceu até agora. Só o judô trouxe três medalhas de bronze, mas o que valeu foi o desabafo do judoca Eduardo Santos, que disse “não tive competência”. Bem ao contrário do ginasta que ainda hoje diz “não saber o que aconteceu”. Já o ouro de Cesar Cielo Filho tem gosto de diamante. Entre gigantes da natação conseguiu, com sua determinação, trazer até então nossa única medalha. Enquanto a mídia (leia-se rede Globo) só falava em Thiago Perreira, Cielo foi lá e faz nosso hino tocar. Aliás, a Globo nunca investiu tanto numa cobertura olímpica, sem ter muita notícia boa dos nossos atletas, resta falar das curiosidades chinesas, voar de balão........
O Brasil pelo visto deve se contentar com um único recorde: Levou a Pequim a maior delegação da história da participação brasileira em Jogos Olímpicos: 469 integrantes, sendo 277 atletas em 32 modalidades. Em Atenas 2004, o Brasil competiu com 247 atletas em 28 modalidades. Ou seja, revezando as trigésimas e quadragésimas posições, certamente esta também deve ser o do maior fiasco da nossa história.
MARIANNA PERES é editora de Economia do Diário
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