quarta-feira, 26 de outubro de 2011

FIFA ignora lei e religião em favor do dinheiro da cerveja


Fifa ignora polêmicas na Copa e renova patrocínio com cervejaria

Se a ideia do Brasil é a de manter a proibição contra a venda de bebidas alcoólicas nos estádios da Copa de 2014, esse projeto sofreu um duro golpe ontem. A Fifa anunciou a renovação de seu contrato multimilionário com a cervejaria belgo-brasileiro Anheuser-Busch InBev até 2022, quando o Mundial ocorre pela primeira vez em um país muçulmano: Catar. 

Pelas leis islâmicas, a bebida alcoólica e sua publicidade são proibições religiosas. Mas, por dinheiro, a Fifa ignorou tais preceitos e fechou um contrato com a InBev para patrocinar a Copa. O recado ao Brasil foi claro: nenhuma lei, nem a religiosa, serve de limite para o Mundial. 

O governo brasileiro e a Fifa travam atualmente uma batalha em torno da Lei Geral da Copa – o secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, desembarca na semana que vem no Brasil justamente para tentar superar a polêmica. 

O Brasil insiste que nenhuma entidade vai forçar suas leis em detrimento da soberania nacional. A Fifa, porém, não abre mão de ter bebidas de um de seus principais patrocinadores sendo vendidas em todos os 12 estádios brasileiros. 

Mostrando que nem leis religiosas são impedimentos para a entidade, a Fifa anunciou ontem, sem qualquer constrangimento, o contrato com a fabricante da cerveja Budweiser para o Mundial de 2018, na Rússia, e o de 2022, no Catar – será o primeiro país árabe a receber o evento. 

"Estamos ansiosos para trabalhar em cooperação com os patrocinadores até 2022, e até depois disso", disse Jerome Valcke. A cerveja patrocina a Copa desde 1986, e paga em média US$ 25 milhões por ano para ter sua marca relacionada ao evento. "Desde que se juntou à nossa família, a Budweiser teve um papel vital no desenvolvimento da Copa do Mundo como grande evento", afirmou Valcke.

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